sexta-feira, agosto 29, 2008

Marítimo - Valência (UEFA)

 
(Foto: AFP)


O Marítimo vai defrontar o poderoso Valência de Espanha na 1ª eliminatória da Taça UEFA.


O primeiro jogo será no Estádio dos Barreiros no próximo dia 18 Setembro - em hora a ajustar posteriormente -, enquanto o jogo no Estádio Mestalla será no dia 2 Outubro.


O Valência é um adversário que quase dispensa apresentações, dado tratar-se de um clube de grande projecção em Espanha e na Europa. O Valência já foi Campeão de Espanha por 6 vezes, venceu ainda 1 Taça UEFA, 1 Taça das Taças e 2 Super Taças europeias. Junta-se a isto duas finais da Liga dos Campeões em 2000 e 2001, onde perdeu com o Real Madrid e com o Bayern Munich.


Garantido está um grande espectáculo tanto no Estádio dos Barreiros com em Mestalla. Esta é uma disputa onde a diferença de valores é notória. Por isso o Marítimo não tem nada a temer. E onde poderá ter tudo a ganhar. A equipa tem de, obrigatoriamente, encarar os espanhóis com toda a determinação no sentido de defender a camisola que vestem, de darem o máximo e, quem sabe, seguir para a fase de grupos da Taça UEFA.


Afinal... não se pode sonhar?

O melhor da Champions

 
(Foto: AFP)


O extremo português do Manchester United foi ontem considerado, pela UEFA, o melhor futebolista da edição 2007/08 da Liga dos Campeões. Pouco antes, tinha sido eleito o melhor avançado da prova, fruto dos seus 8 golos na competição.


Foi uma época de sonho para o Cristiano Ronaldo, à qual só faltou mesmo uma maior pontinha de sorte no Europeu. O madeirense vai coleccionando títulos honoríficos. Mais um, a caminho do "melhor do mundo".

quinta-feira, agosto 28, 2008

Rose, a menina que ninguém queria

 
(Foto: AFP)


O título é a manchete desta quinta-feira do jornal Yediot Ahronot. O caso que reporta tem andado nas bocas do mundo e chocou profundamente Israel.


A menina Rose Pizem, de 4 anos, havia desaparecido há já 3 meses. No entanto, o caso só foi reportado à polícia israelita quase dois meses após a ausência da menina, e pela sua bisavó Vivien Yaakov.


As primeiras investigações incidiram imediatamente sobre a família mais próxima, mãe, Marie-Charlotte Renault, de 23 anos e o avô, Roni Ron, de 45 anos. No entanto, o que vieram a descobrir revela uma história familiar complexa e macabra.


Rose nasceu na França, filha da francesa Marie e do israelita Benjamin Pizem. Logo após o nascimento de Rose, os seus pais decidiram viajar para Israel para realizar o desejo de Benjamin de conhecer seu pai biológico, Ronnie Ron. No entanto, já em Israel, Ron mostrou-se mais interessado em Marie.


Conta o relatório que ambos se terão apaixonado, e se envolvido intimamente. No final da sua estadia em Israel Marie anunciou que iria ficar no país, porque queria prosseguir a sua vida ao lado do pai do seu marido. Benjamin regressou a França, com Rose, formalizando o pedido de divórcio.


Nos dois anos seguintes, as grandes dificuldades em criar a filha, levaram Benjamin a entregar a sua guarda, periodicamente, a instituições sociais. Em 2007 Rose, então com três anos, foi hospitalizada, alegadamente, por abusos e negligência do pai.


Marie e Ron, que entretanto haviam casado e já eram pais de dois filhos, requereram a guarda da menina e, após um batalha jurídica, naquele mesmo ano, tiveram autorização para a levar para Israel onde passaria a morar com eles.


Rose, porém, demonstrou graves problemas comportamentais herdados da sua história de abuso. Ela não conseguia comunicar em francês ou hebreu, e demonstrava dificuldades com habilidades motoras básicas. Seguiram-se novas negligências. Depoimentos dos vizinhos da família afirmam que a menina sofreu maus tratos desde que chegou a Israel e que era uma menina triste, frequentemente vista chorando nas escadarias do edifício onde morava.


Confrontados com as dificuldades da menina, o casal decidiu entregá-la à mãe de Ron, Vivian, que cuidou dela vários meses antes de insistir noutra solução, atendendo às necessidades especiais de Rose. Em Maio de 2008, Ron e Vivian tiveram uma discussão séria, e Ron arrumou as coisas de Rose e levou a criança para sua casa. Foi a última vez que Vivian viu a pequena menina.


Três meses depois, após inúmeros telefonemas para Ron e Marie, Vivian decidiu recorrer às autoridades para reportar o desaparecimento da menina.


Ron e Yaakov foram então interrogados. Ron primeiro disse que a matou acidentalmente, depois de lhe ter batido, porque esta estaria a perturbá-lo enquanto conduzia. Mas contou depois que a teria entregue a uma instituição e numa outra versão da história chegou a garantir que a vendera a palestinianos. A polícia tentou despistar todas estas histórias. Assim como a dos testemunhos de vizinhos, que sugeriam que Ron abusaria de Rose.


O avô acabou por confessar no início desta semana que a primeira versão que contou sobre o desaparecimento da menina seria a verdadeira e que lançou o seu corpo ao um rio em Telavive. Neste momento, as autoridades continuam a procurar o corpo da menina em todos os locais, onde o avô disse ter estado com ela, mas sem sucesso.


A revelação de uma vida marcada por abusos, negligências, esquecimentos, tem chocado profundamente o mundo e, muito particularmente, Israel. Este é apenas mais um caso de contornos absolutamente inacreditáveis. Rose viveu apenas 4 anos, mas todos eles verdadeiramente infernais. Que consiga agora um pouco de descanso e que todos os responsáveis pelo seu estado sejam severa e drasticamente punidos.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Hipocrisias

 
(Foto: Gleb Garanich/Reuters)


Dois exemplos. Um de fora, outro local.


Apesar da recusa da NATO e da UE em reconhecer a independência da a Ossétia do Sul e a Abkházia, considerando tal como uma violação directa de várias resoluções da ONU sobre a integridade territorial da Geórgia, a Rússia mantém a sua decisão de "defender" as duas repúblicas separatistas, através da manutenção de tropas russas no território georgiano e apela ainda aos outros Estados para que sigam o seu exemplo.


Já agora, gostava de saber se esse apelo é extensível à Tchechénia.


 


No último ano e meio, sensivelmente, o DN-Madeira tem sido inestimável da denúncia da extracção das terras das ribeiras da Madeira. E, o Cantinho não é excepção, reproduzindo muitos dos alertas do diário.


Ontem o DN pegou nas palavras do Dr. Costa Neves, vereador do Ambiente da Câmara Municipal do Funchal que, dada a proximidade do Inverno, "alerta para a necessidade de uma suspensão imediata e controlada da remoção de inertes que pode pôr em causa a segurança do concelho e infra-estruturas de importância estratégica como a Central Termoeléctrica da Vitória, responsável pela produção de cerca de 65% da energia consumida na ilha". A central é na dos Socorridos, uma das ribeiras da Madeira de maior volume de caudal de água.


Há fotos. Há denúncias. Há camiões a circular nas estradas da Madeira carregados de terra e areias. Há alguma medida tomada? Há autos levantados? Há autuações? A Secretaria do Equipamento Social remete-se ao silêncio.

terça-feira, agosto 26, 2008

Presto

 
Quem já foi ver o WALL·E ao cinema, e chegou a tempo e horas, já viu a nova curta metragem que a Pixar preparou para acompanhar este novo grande filme dos magos do estúdio de Emeryville, na California.


Na boa tradição dos filmes da Pixar, e na senda de "For The Birds", vencedor de um Óscar da Academia, chega-nos "Presto". Espreitem.




"Presto" - Doug Sweetland (Pixar Studios)

segunda-feira, agosto 25, 2008

Os medalhados da semana

 
Estive de férias, mas não estive desatento. E a semana que passou foi rica em acontecimentos, desde o trágico incidente em Barajas, ao cerco da Geórgia, aos recordes fantásticos do Michael Phelps e do Usain Bolt, ao cubano que pontapeou o árbitro por discordar da eliminação no taewando, ou o sueco que deitou a medalha fora. Assim, ainda emiscuido no espírito olímpico, decidi atribuir as minhas medalhas para os últimos acontecimentos que eu considerei relevantes. Cá vão, no regresso do Cantinho à actividade:


MEDALHA DE OURO:



O ouro tem de inevitavelmente ir para Nélson Évora e Vanessa Fernandes. Foram o grande destaque de toda a comunitiva lusa nos jogos Olímpicos de Pequim, que se pautou, na sua generalidade, pela mediocridade dos resultados dos atletas nacionais.


Nélson Évora com o ouro no triplo salto provou que, com vontade, trabalho e talento, é possível, até em Portugal, almejar ao mais alto degrau da consagração olímpica. A Vanessa Fernandes só não trouxe o ouro no triatlo porque naquele dia houve uma australiana simplesmente fabulosa. Mas deixou em Pequim tudo o que tinha, deu o máximo e trouxe a prata.


Em comum há traços dos nossos antepassados que se diluíram com o passar das páginas do tempo. Há a vontade de vencer, há o espírito ganhador, há o ímpeto competitivo, há a vontade de ir mais além, sem quaisquer desculpas de "mau pagador", sem se refugiar nas condições disponíveis, sem procurar "bodes expiatórios" dos seus males. E, quer queiramos quer não, isso conta muito. Uma verdadeira pedrada no charco nacional.


MEDALHA DE PRATA:



Daniel Miguel Alves Gomes - nome de guerra Danny - é um luso descendente, nascido a 7 de Agosto de 1983, em Caracas, na Venezuela. Filho de pais emigrantes naturais da Madeira, veio para a Ilha aos 14/15 anos para jogar à bola no Marítimo.


Cedo deu nas vistas e com apenas 17 anos já se estreava pela equipa principal onde pegou "de estaca". As suas exibições deixaram o Sporting a salivar pelo seu concurso, tendo este, em 2002, adquirido o seu passe por cerca de € 2,1 milhões de euros na altura.


Em Fevereiro de 2005, chegou no Dínamo de Moscovo, durante o período de grande procura de jogadores lusos pelos clubes russos. Onde os outros falharam, Danny consagrou-se e, ano após ano, cresceu como jogador e daí a ser idolatrado pelos fieis russos foi um mero passo lógico. Tanto que, hoje, o colosso de São Petersburgo, o Zenit, actual detentor da Taça UEFA, não hesitou em oferecer 30 milhões de euros pelo seu passe.


Aos 25 anos, e após a primeira chamada à selecção A de Portugal, pela mão de Carlos Queirós, Danny transforma-se na contratação mais cara de sempre do futebol russo.


MEDALHA DE BRONZE:



O Funchal, a cidade onde nasci, celebrou 500 anos após a sua elevação a este estatuto. Estavamos nós no dia 21 de Agosto do ano da graça 1508, em que o Rei D. Manuel I, O Venturoso, encontrando-se nos seus Paços de Sintra, houve por bem elevar aquela mui nobre e leal Vila à categoria de Cidade.


É curioso rever, 500 anos depois, os motivos para el-Rei elevar o Funchal a tão nobre estatuto. Por “…ter crescido em mui grande povoação e como vivem nela muitos fidalgos, cavaleiros e pessoas honradas e de grandes fazendas pelas quais e pelo grande trato da dita ilha, esperamos com a ajuda de Nosso Senhor que a dita vila muito mais se enobreça e acrescente e havendo respeito ao serviço que recebemos dos moradores e esperamos ao diante receber e também por folgarmos de fazer bem e mercê aos ditos fidalgos, cavaleiros, escudeiros e povo dela…


A primeira cidade criada pelos europeus fora do velho Continente, coroou de êxito a epopeia marítima, iniciada com o achamento das Ilhas no Atlântico, bases de apoio aos descobrimentos, e premiou o esforço hercúleo dos nossos antepassados ao lavrar a terra bruta e informe, que deu pão e riqueza, após aquele pavoroso incêndio ao efectuarem queimadas na floresta densa a fim de aí lançarem as sementes da cultura de subsistência. Há que sentir orgulho.


MEDALHA DE LATA:


Ontem o Marítimo iniciou a sua campanha na nova Liga Sagres com uma desconsolada derrota na Figueira da Foz, frente à Naval 1º de Maio - estádio onde nos dois últimos anos tinha vencido. A formação dirigida pelo técnico brasileiro Lori Sandri viu-se em grande dificuldades para virar um resultado, que ficou decidido logo ao terceiro minuto, na primeira ida à baliza defendida por Marcos.


A verdade é que o Marítimo está a pagar uma factura demasiado alta por erros de gestão que já chateiam. Primeiro, bem ou mal, dispensa-se um treinador que trouxe resultados para irmos buscar outro, desconhecido, e sem qualquer conhecimento do futebol português e europeu. Atendendo que vamos jogar uma eliminatória na Taça UEFA creio que seria um risco evitável. Depois um estágio em São Vicente, com um campo sem condições para responder às exigências de uma equipa de topo. Seguiu-se uma viagem à Venezuela em contornos dantescos, com a equipa a ser obrigada a mudar constantemente de hotel e a treinar num campo cercado de serpentes! Mais tempo perdido. Como se não bastasse, dispensa-se jogadores sem assegurar os seus substitutos, que vão chegando a conta-gotas, alguns já com o campeonato a rolar!


Os resultados estão à vista. Uma equipa ainda à procura do seu "onze", ainda em pré-época. E com jogos decisivos já a bater à porta. Os adeptos cada vez mais contestatários, que nem sequer a ida a uma competição europeia anima. São demasiados erros que, a este nível, se pagam caro. A ver vamos.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Em Férias

 


Para quem eventualmente ainda não tenha reparado, o Cantinho tem andado parado nos últimos dias. A explicação é simples! Estou de férias. Estou eu e está o Cantinho, é claro. E cá estou aproveitando para gozar o momento, todos os dias. São bem merecidas, modéstia à parte. Votos de boas férias ou bom trabalho, qualquer que seja o vosso caso.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Recessão à Portuguesa



Li no Público que Portugal escapa a recessão técnica verificada um pouco por toda a Europa (incluindo a toda poderosa economia Alemã), graças a um crescimento de 0,4 por cento no segundo trimestre de 2008 face ao trimestre anterior. Os números divulgados hoje são do Instituto Nacional de Estatística (INE).


Mas a que custo? Este crescimento de 0,4 - para além de não compensar a quebra que já sofremos, provem da cobrança tresloucada de impostos e pouco mais. Não há investimento. Há uma evidente retracção em pânico do consumo privado. Não há uma definição estratégica de fundo para a economia nacional a longo prazo.


A economia portuguesa, apesar de escapar à 'recessão', continua bastante frágil. E os bolsos de todos os portugueses assim o comprovam. Bem... de todos não. Da maioria.

Portugal nos jogos Olímpicos

 


Penso que podemos dizer sem receios que a participação portuguesa nestes jogos Olímpicos tem sido desastrosa. Na maior comitiva de sempre, perto de 80 atletas, em seis dias de competição, todo o português que mete o pé nas provas a disputar, tem sido recambiado para casa. A 'nossa' Ana Moura por exemplo, fez apenas um jogo, o que equivale a dizer que a sua participação nos Jogos foi de 25 minutos.


Como se explica isto? Como se explica que, por exemplo, o campeão da Europa em título nem fique nos 10 primeiros? Como é que se explica que o actual líder do ranking mundial de tiro fique na 33ª posição da competição? A última então, é no mínimo hilariante. Miguel Ralão Duarte, montando a égua Oxallys da Meia Lua, desistiu hoje na sua participação na disciplina de Ensino das provas equestres dos Jogos Olímpicos porque, segundo o cavaleiro, a égua assustou-se com o ecrã de vídeo existente no recinto e "entrou em histeria". A desistência ditou a eliminação de Portugal na competição por equipas.


É óbvio que tem de haver uma explicação plausível. Falta de apoios ou condições de treino. Mas se for por isso como é que se explica que o Togo e a Mongólia já têm medalhas nestes jogos? É claro que se pode assacar à falta de sorte, nervosismo, estaleca mental, etc.? Mas, a verdade, é que estamos a falar de atletas de alta competição, muitos deles já habituados a vencer em grandes ambientes. Basta olhar para o currículo da Telma Monteiro, por exemplo.


Ainda hoje o o chefe da equipa olímpica portuguesa de trampolins vem defender que a falta de condições dos atletas em Portugal tem sido reflectida nos resultados dos Jogos Olímpicos. Cito: "Em Portugal continuamos a brincar um bocadinho ao desporto. Continuamos a ter a sorte de ter uns cogumelos, como alguém disse, atletas que aparecem de vez em quando e que fazem resultados óptimos em alguns desportos". O treinador queixou-se ainda dos media, por aumentarem as expectativas das pessoas e pôr os portugueses à espera de medalhas.


Eu compreendo as suas palavras. De facto, muitos dos atletas que temos 'produzido' nascem do acaso e não de um treino específico desde a base até ao topo de forma, tal como fazem os americanos ou os chineses. No entanto, isto não pode explicar tudo. Não explica como estes mesmos atletas conseguem títulos em campeonatos do mundo e da Europa, e chumbam nos Jogos Olímpicos. É verdade que há um certo empolamento dos atletas. Basta ver o que fazem com a selecção - ou somos os melhores ou somos os piores. Mas quando se tem em competição a campeão europeia em título, o n.º1 do ranking mundial, a detentora da melhor marca do ano, é natural que as pessoas tenham grandes expectativas.


É óbvio que não estou a dizer que temos que ter um Michael Phelps - este notável nadador, que aos 20 e poucos anos, já leva 11 medalhas de ouro entre dois jogos Olímpicos. Prometeu 8 nestes jogos para bater o record de Mark Spitz. Já leva 5 -, mas, dentro das nossas possibilidades, temos que lutar. Sobretudo, estes atletas têm que ter garra e vontade de vencer. Os vencedores fazem-se, é claro. Mas mentalmente também se constroem, dentro de cada um de nós.


Bem, a competição é longa e ainda há muitos atletas portugueses que vão participar. Alguns deles, "pesos pesados" do atletismo. Vamos ver se conseguimos alguma medalha. Ainda vamos a tempo.

terça-feira, agosto 12, 2008

Por António Aragão

 
(Imagem: Diário de Notícias da Madeira)


Tomei conhecimento ontem à noite do falecimento de António Aragão. Já tinha 87 anos e padecia de uma doença terminal, pelo que, mais tarde ou mais cedo, este desfecho seria uma realidade. Mas estava esperançado que o escritor madeirense aguentasse mais um pouco. Isto porque a Contigo Teatro tem em execução o "(Re)encontro com António Aragão", um projecto inteiro dedicado ao homem e à obra do poeta madeirense. Uma homenagem que queríamos em vida e que afinal será póstuma.


Para quem não sabe, António Manuel de Sousa Aragão, natural de S. Vicente (nasceu em Julho de 1921), foi um artista plástico multifacetado (pintura e escultura), expondo em Barcelona, Londres, destacando-se também na historiografia, investigação, dramaturgia, romance e, sobretudo, na poesia. Foi um dos colaboradores, com o poeta Herberto Helder e Jorge Freitas, da colectânea 'Arquipélago', sendo, inclusive, com o primeiro, um dos responsáveis pela introdução do experimentalismo poético em Portugal.


Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas e ainda em Arquivismo e Biblioteconomia, chegou a realizar estudos em Paris e Roma. Além de ter sido Conservador do Arquivo Distrital do Funchal (actual ARM) e proprietário, em Lisboa, de uma galeria de arte e editora, colaborou na imprensa. Integrou antologias e co-fundou cadernos de poesia. 'Poema Primeiro' (1962), 'Mais exacta mente p(r)o(bl)emas' (1968), 'Poema Azul e Branco' (1970), 'Um Buraco na Boca' (romance, 1971), 'Desastre Nu' (teatro) são cinco das suas obras.


E será exactamente a obra 'Desastre Nú' que poderão ver em Novembro na Casa das Mudas, na Calheta, pelas mãos de todos nós na Contigo Teatro. Nós lembramo-nos dele em vida. Infelizmente os outros lembrar-se-ão dele após a sua morte. Muitos pelo olhar da Contigo Teatro. Que descanse em paz.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Jogos de Política

 
(Foto: Mapa da Geórgia, com as regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abcásia assinaladas/Sapo.pt)


No blogue do António de Almeida li que, na sua opinião, o conflito na zona do mar Cáspio tem contornos semelhantes ao ocorrido há poucos anos nos Balcãs. Apenas mudam os protagonistas. De facto não consigo discordar. Então vejamos:


Uma província - a Ossétia do Sul (com a Abkhasia por arrasto), cuja população é na sua maioria Russa, pretende separar-se da Geórgia. No conflito anterior, uma província Servia - o Kosovo - cuja maioria da população era Albanesa, que pretendia separar-se da Sérvia.


No actual conflito, o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili defendeu-se afirmando que enviou o seu exército, para uma província que (ainda) é parte integrante do seu território. No conflito anterior, foi essa a exacta argumentação de Slobodan Milosevic, o então presidente da Servia.


Nos últimos dias a Rússia interveio militarmente, exigindo a retirada das tropas georgianas, tendo bombardeado vários alvos em Tbilissi, capital da Geórgia. No conflito anterior, a NATO interveio militarmente, exigindo a retirada das tropas Servias do Kosovo, tendo bombardeado alvos específicos em Belgrado.


Do conflito do Kosovo, alicerçado numa acusação de genocídio praticado pelas forças Sérvias que não se veio a comprovar, resultou uma nova base militar para os Estados Unidos, a proclamação unilateral da independência do território com o apoio americano, e a deposição do presidente Sérvio.


Do conflito actual ainda não temos resultados mas alguém acredita que a Rússia não irá procurar "forçar" a independência do território, com os evidentes benefícios que irá retirar para si desta nova situação geográfica? É verdade que poderão estar a abrir a 'caixa de Pandora' relativamente à questão da Tchechénia, mas a Rússia, ao contrário da Sérvia, tem recursos e meios para se opor aos movimentos de "copy cat" que poderão surgir naquele território.


Mas há outra razão que poderá estar a impulsionar a Rússia nesta arriscada manobra. A Geórgia é um importante corredor para o transporte de gás e petróleo do Mar Cáspio para o Ocidente. Com o existente conflito corre o risco de perder este estatuto e, em particular, colocar em 'cheque' a segurança do novo oleoduto BTC construído a custos altíssimos.


Como a Geórgia não produz petróleo, as companhias de energia ocidentais apostaram neste país pró-ocidental, situado entre o Irão e o monopólio dos oleodutos e gasodutos russos, para ajudar nas exportações de hidrocarbonetos extraídos do Azerbaijão, à beira do Mar Cáspio. Nesta decisão foi importante a subida ao poder do presidente georgiano, Mikhail Saakachvili, em 2004, que promoveu a aproximação de Tbilisi com os EUA e a Europa, algo não muito bem visto pelos lados do Kremlin.


Veremos o que os próximos dias nos reservam.

domingo, agosto 10, 2008

Tréguas Olímpicas

 
(Foto: Agência de Notícias/BR)


A russa Natalia Paderina e a georgiana Nino Salukvadeze, respectivamente medalhas de prata e bronze na pistola de 10m, abraçam-se no pódio dos Jogos Olímpicos em Pequim. É uma mensagem de paz face às ameaças de guerra declarada entre Rússia e Geórgia no conflito que as opõe na Ossétia do Sul.


É o desporto a unir o que a política separa.

Que comecem os jogos!

 
Sexta-feira, dia 8 de Agosto de 2008. Pelas 16 horas, meia-noite em Pequim, a Chama Olímpica foi acesa, após um espectáculo memorável no "Ninho de Pássaro", o majestoso estádio chinês que acolheu a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.


Por algumas horas olhamos espantados para a fabulosa obra que o povo chinês andou a preparar nos últimos dois anos. E por algumas horas esquecemos os problemas do mundo, os abusos do governo chinês, os avanços da Rússia sobre a Geórgia através da Ossétia do Sul, a política senhorial dos Estados Unidos para o mundo, a crise de valores portuguesa.


Que comecem os jogos!


sexta-feira, agosto 08, 2008

A vida em directo

 
(Foto: Miguel A. Lopes/Lusa)


Ontem os portugueses ficaram colados à televisão. Um assalto a uma dependência do BES foi o motivo. Mas desta vez, as câmaras que acompanharam o incidente não eram de nenhum estúdio de Hollywood. E os agentes intervenientes não eram o Denzel Washington, o Clive Owen ou o actual governador da Califórnia. Esta era mesmo uma cena da vida real.


Dois cidadãos brasileiros, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, entraram às 15h05 na dependência do Banco Espírito Santo (BES), na Rua Marquês da Fronteira, junto a Campolide, com o objectivo de assaltar o espaço. Rapidamente cercados e encurralados pela PSP, os assaltantes fizeram das seis pessoas presentes, reféns, amarrando-lhes os pulsos, sob a ameaça de armas de fogo.


Depois de 8 intensas horas de negociações, em que conseguiram a libertação de 4 reféns, pelas 23h23, com os dois brasileiros junto à porta da dependência, apontando armas à cabeça dos dois reféns restantes, o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia de Segurança Pública levou a cabo uma operação relâmpago para libertar os dois funcionários do BES. Ao todo três tiros foram disparados, sendo dois efectuados por atiradores especiais da polícia que imediatamente imobilizaram os assaltantes.


Um dos sequestradores, ferido com gravidade pelos disparos dos agentes da PSP, foi transportado para o Hospital de São José a bordo de uma viatura do INEM. O segundo sequestrador sucumbiu aos disparos.


Foi uma operação bem delineada e competentemente executada a todos os níveis. Desde a rápida resposta ao alarme, com o encerramento da rua e encurralamento dos assaltantes, como o resgate dos reféns, quer primeiro por negociação, quer por fim à força, sem quaisquer danos colaterais.


Obviamente que nem todos vão achar o mesmo. Alguns vão considerar até que os GOE foram brutais e/ou assassinos. Mas o que estas pessoas esquecem é que, o que ontem assistiram não era um filme assinado por um qualquer realizador americano. Não havia nenhum argumento escrito em que no fim os bandidos se rendiam em estilo. A incerteza era grande, sobretudo porque o desespero começava a imperar nos assaltantes, encostados à parede, mais pressionados pelo cansaço e pelo decorrer do tempo. É nesta altura em que se tornam mais perigosos, quando já nada têm a perder. E, nestas situações, a prioridade é sempre o refém.


Para mim, a PSP tomou a decisão correcta. E tenho a certeza que nenhum dos reféns, familiares e pessoas presentes, pensarão o contrário. Bom trabalho. Fica a mensagem para os próximos prevaricadores.


Eis o vídeo do momento em que os GOE acabam com o desespero dos reféns e sua família...



(imagens cortesia jornal "Publico")

quinta-feira, agosto 07, 2008

quarta-feira, agosto 06, 2008

Estão a matar os nossos primos

 
(Foto: Reuters/Programa Internacional de Conservação de Gorilas/Museu Altor/Arquivo)


Quase metade dos primatas de todo o mundo enfrentam riscos acrescidos de extinção, devido à desflorestação e à caça para obtenção de carne, revelou hoje um estudo, financiado por diversas organizações de conservação natural, a ser apresentado no 22º Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (IPS) na cidade escocesa de Edimburgo.


Segundo o estudo mais de 70% dos primatas na Ásia foram classificados como vulneráveis, em perigo ou em perigo crítico (que poderiam desaparecer para sempre em um futuro próximo). No Vietname e Cambodja quase 90% das espécies se encontra em risco de extinção. Congo, Brasil, Colômbia, são países com espécies em risco. Nesta foto divulgada há cerca de um ano, funcionários governamentais observam quatro gorilas das montanhas mortos ilegalmente no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo.


Meus amigos, segundo Darwin, estamos a matar parentes nossos. Mesmo que afastados. E isso é feio. Muito feio.

Com a saúde não se brinca

 


Medicina é provavelmente em Portugal o único curso cuja oferta não corresponde à procura. Antigamente quem não conseguia entrar para Medicina ia para outro curso paralelo - veterinária, enfermagem, psicologia, etc - muitas vezes ocupando os lugares de quem queria realmente ir para estes cursos. Ou então, aguardavam um ou dois anos, na expectativa de melhorar a nota para entrar o mais rapidamente possível.


Hoje a estratégia é outra. Graças a Bolonha e ao mercado da UE, cada vez mais estudantes concorrem a medicina... lá fora. Ninguém sabe ao certo quantos andam lá fora, até devido à longa duração do curso (seis anos), mas por alto, estima-se que nos próximos dois anos, cerca de uma a duas centenas de novos médicos portugueses entrarão no país.


Espanha, República Checa, Inglaterra são os destinos preferenciais para os estudantes portugueses. Estima-se que só na República Checa existem actualmente 460 portugueses a estudar Medicina. Do Brasil e da Venezuela têm igualmente chegado alguns. Só para terem uma ideia, cerca de seis por cento dos médicos portugueses que no ano passado se inscreveram na Ordem dos Médicos tiraram o curso no estrangeiro, e quase metade deles vierem de Espanha.


Perante todo este cenário, a pergunta que se coloca é: Será que voltam?


Mas note-se que um licenciado em Medicina não está imediatamente apto a exercer. Ou seja, faltam-lhe ainda os anos de especialidade e, para isso acontecer, é preciso que existam vagas de internato e condições nos hospitais para dar formação a estes portugueses quando decidirem regressar. E Portugal neste momento não vive um bom momento. O país está a ressentir-se do corte drástico de vagas em Medicina nos anos 80 que atingiu o seu mínimo em 1986, com apenas 190 vagas abertas. Resultado: falta de médicos especializados. Falta de capacidade para dar formação especializada. Falta de hospitais onde tirar a especialidade. Se pensarmos ainda na crescente fuga de profissionais do sector público para o privado, podemos dizer que Portugal vive uma verdadeira crise médica. Assim, como voltarão os novos médicos? E para quê?


Os registos oficiais mostram que nunca houve tantas vagas para cursos de Medicina em Portugal como este ano, 1614 no total. Mas a esta fornada de novos alunos junta-se aqueles que estão lá fora. Como conseguirá o país responder a uma maior procura para as especializações? Sobretudo concorrendo com outros países, onde os salários são bem superiores e as condições mais atractivas?


São muitas perguntas, é verdade. Mas a sua resposta pronta, será fundamental para a saúde do nosso país. E já dizem os mais velhos... com a saúde não se brinca.

terça-feira, agosto 05, 2008

Uma decisão e os palhaços do costume

 


O Tribunal Constitucional "chumbou" - e bem - a adaptação da Lei do Tabaco na Madeira defendida num decreto da Assembleia Legislativa madeirense, considerando que o Parlamento regional ultrapassou as suas competências legislativas ao pronunciar-se sobre matéria da reserva de competência da Assembleia da República. (pode ler aqui a notícia completa)


Em causa está a norma que permitia aos proprietários de restaurantes com menos de 100 m2 escolher a permissão ou a proibição de fumar, desde que fosse afixado o respectivo dístico, sendo neste ponto mais permissiva que a lei aprovada na Assembleia da República.


Como não podia deixar de ser, Alberto João Jardim pronunciou-se bem ao seu jeito: "Nós, aqui, na Madeira, estamos fartos deste Estado central, ou vamos encontrar novas soluções de articulação da Madeira no quadro da unidade nacional, ou, então, alguém, em Lisboa, está a querer estabelecer um clima de choque permanente entre os direitos do povo madeirense e o Estado central". Ou seja, altere-se a Constituição. (verifique aqui)


Para mim o caso está resolvido. A Região não pode alterar a lei do tabaco em vigor para todo o território nacional. A Constituição não vai ser alterada. Ponto final. Siga em frente.


No entanto, como o bom português adora se pronunciar sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo que seja para lançar o maior disparate saído da boca de um ser humano, lá temos que apanhar com os discursos habituais da "dêem independência à Madeira", que andamos a gastar o dinheiro deles, etc, etc, etc.


Francamente, já cansa tanta asneirada junta. Que tal esclarecermos alguns pontos?


A Madeira e os Açores não são, nem nunca foram colónias portuguesas. São parte integrante do território português desde a sua descoberta, há mais de seis séculos. A nossa história é a história do povo português, a língua, a tradição e os costumes. Todos nós pagamos impostos, IRS, IVA, IRC, ISP, da mesma forma que V. Ex.as os pagam no Continente, pelo que todos nós contribuímos para o Orçamento nacional e respectiva receita. E todos nós trabalhamos, todos os dias, arduamente, para ganhar o nosso dinheiro. Tal e qual como toda a justa criatura do Continente.


E já que estamos a falar da Constituição da República Portuguesa, talvez fosse bom que V. Ex.as se informassem um pouco, antes de abrir a boca:


Artigo 5º da CRP: 1. Portugal abrange o território historicamente definido no continente europeu e os arquipélagos dos Açores e da Madeira. (...) 3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre ele exerce.


Artigo 6º da CRP: 1. O Estado é unitário e respeita na sua organização e funcionamento o regime autonómico insular e os princípios da subsidiaridade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública. 2. Os arquipélagos dos Açores e da Madeira constituem regiões autónomas dotadas de estatutos político-administrativos e de órgãos de governo próprio.


Para quem sabe ler e interpretar, penso que não haverá qualquer confusão. Não é Torre de Moncorvo, Cinfães, Freixo de Espada-à-Cinta ou Avintes. Nem sequer é Lisboa, Coimbra ou Porto. É mesmo a Região Autónoma da Madeira e dos Açores. Quem queiram quer não. Somos portugueses, de gema, originários e históricos, com muita honra. Se alguém estiver mal, então que se mude. Recomendo o circo.


Haja paciência.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Os Suspeitos do Costume

 


Entre 1 e 3 de Agosto, a Brigada de Trânsito registou 742 acidentes, dos quais resultaram um total de 19 feridos graves e 240 feridos ligeiros. Os mesmos sinistros provocaram a morte de duas pessoas na sexta-feira, sete no sábado e outros sete no domingo, num total de 17..


17 mortos em três dias de estrada. O porta-voz da Brigada de Trânsito admitiu que a situação é “perfeitamente anormal”, não sendo possível à GNR encontrar “uma explicação racional” para estes números.


Excesso de velocidade, inexperiência, falta de jeito, "chico-espertismo", falta de civismo e de responsabilidade. Inexplicável? Será mesmo?

sexta-feira, agosto 01, 2008

Notas de Fim de Semana

 
Michelle Larcher de Brito


Agosto é provavelmente, de todos os meses do ano, aquele que mais cheira a férias - o que para os portugueses significa fazer ainda menos daquilo que habitualmente já não costumam fazer...


O Rali Vinho Madeira está na estrada. Vrum, vrum! Todas as notícias aqui.


O Marítimo ganhou ontem por uma bola a uma equipa venezuelana, num estágio que tem sido marcado pela falta de jeito dos responsáveis lá do sítio em organizarem uma coisa como deve ser. Por falar no Marítimo, o estádio vai avançar mesmo, contra todas as previsões daqueles que tudo fizeram para que ele não fosse uma realidade. O anúncio do concurso internacional do novo "Arena" foi publicado anteontem com prazos definidos e bem delineados. Já imagino a bola a rolar no novo estádio.


E o que dizer da Michelle de Brito (na imagem em cima)? Aos 15 anitos já está no circuito profissional do ténis mundial e já mede cartas com as tenistas mais cotadas. Só este ano já bateu várias tenistas do Top 50, incluindo um jogo memorável com a Serena Williams, em que perdeu por muito pouco. Depois do último torneio do Canadá é já a n.º 132 no ranking, o que a faz a primeira tenista portuguesa a alcançar tal proeza. Os especialistas dizem que, atendendo à sua qualidade, evolução e idade, dentro de 1 ano Michelle estará à beira do "top 20". Fantástico.


Ah... é verdade, os "Ases" foram hoje notícia no Diário. Vá lá que foi com uma vitória. Nada mau!

Imagem da Semana

 
(Foto: Rui Marote/DN)


Goste-se ou não, é inegável que as acções do deputado do PND para a Assembleia Legislativa da RAM, José Manuel Coelho, são sempre, no mínimo originais, e alvo de falatório. Desta vez, por considerar um "escândalo" que os deputados disponham de um período de férias de quase 2 meses, dispôs-se à porta da Assembleia de forma como a fotografia mostra.


Política não o é com certeza. Mas verdade seja dita... da outra já estamos todos fartos. Este ao menos faz rir.