terça-feira, agosto 12, 2008

Por António Aragão

 
(Imagem: Diário de Notícias da Madeira)


Tomei conhecimento ontem à noite do falecimento de António Aragão. Já tinha 87 anos e padecia de uma doença terminal, pelo que, mais tarde ou mais cedo, este desfecho seria uma realidade. Mas estava esperançado que o escritor madeirense aguentasse mais um pouco. Isto porque a Contigo Teatro tem em execução o "(Re)encontro com António Aragão", um projecto inteiro dedicado ao homem e à obra do poeta madeirense. Uma homenagem que queríamos em vida e que afinal será póstuma.


Para quem não sabe, António Manuel de Sousa Aragão, natural de S. Vicente (nasceu em Julho de 1921), foi um artista plástico multifacetado (pintura e escultura), expondo em Barcelona, Londres, destacando-se também na historiografia, investigação, dramaturgia, romance e, sobretudo, na poesia. Foi um dos colaboradores, com o poeta Herberto Helder e Jorge Freitas, da colectânea 'Arquipélago', sendo, inclusive, com o primeiro, um dos responsáveis pela introdução do experimentalismo poético em Portugal.


Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas e ainda em Arquivismo e Biblioteconomia, chegou a realizar estudos em Paris e Roma. Além de ter sido Conservador do Arquivo Distrital do Funchal (actual ARM) e proprietário, em Lisboa, de uma galeria de arte e editora, colaborou na imprensa. Integrou antologias e co-fundou cadernos de poesia. 'Poema Primeiro' (1962), 'Mais exacta mente p(r)o(bl)emas' (1968), 'Poema Azul e Branco' (1970), 'Um Buraco na Boca' (romance, 1971), 'Desastre Nu' (teatro) são cinco das suas obras.


E será exactamente a obra 'Desastre Nú' que poderão ver em Novembro na Casa das Mudas, na Calheta, pelas mãos de todos nós na Contigo Teatro. Nós lembramo-nos dele em vida. Infelizmente os outros lembrar-se-ão dele após a sua morte. Muitos pelo olhar da Contigo Teatro. Que descanse em paz.

1 comentário:

João Nuno Matos Nóbrega disse...

Sem Dúvida uma grande perda, pois era um Artista excelente, admirava.o muito, seja a nivel proficional ou até mesmo social!
Ele deve para sempre ser recordado e sempre prenunciado!
Que descançe em Paz.

Obrigado António Aragão. =D