Hoje, no Público online, surgiu uma notícia assinada pelo jornalista Tolentino Nóbrega (por sinal madeirense) que, sobre a qual, não posso deixar de fazer um reparo.
O título é desde logo sugestivo: "Madeira gasta mais de dois milhões nas festas de Natal e fim do ano". No corpo da notícia pode-se ler que "O governo regional da Madeira vai gastar mais de dois milhões de
euros nas festas de Natal e Fim do Ano, o maior cartaz turístico da
região." (...) "Há dois anos, o concurso foi anulado pelo Tribunal de Contas, mas a
empreitada foi concedida por ajuste directo à referida empresa do grupo
SIRAM, do ex-deputado social-democrata Sílvio Santos que mantém
intocável a sua hegemonia há quase três décadas, suscitando reparos do
Tribunal de Contas e protestos de outras concorrentes por alegado
favorecimento." (...) "O programa das festas não
foi afectado pelo Programa de Ajustamento Económico e Financeiro que
impôs restrições e aumento de impostos na região, para fazer face ao seu
excessivo endividamento."
A notícia dá enfoque ao 'gasto' e não tanto ao evento em si ou à sua importância para o destino Madeira. E dá a entender que, mais uma vez, lá está aquele despesista no meio do Atlântico, a cavar mais um buraco financeiro com o nosso dinheiro. O que, neste caso, até é extremamente despropositado. Não há justificação para este teor noticioso, mais interessado em atingir as políticas e as opções tomadas na
Madeira.
Mas esta notícia ignora que este é o cartaz mais importante de todo o ano turístico na Madeira. Omite que, a título de exemplo, 12 navios cruzeiros chegam ao porto do Funchal entre 30 e 31 de Dezembro, exclusivamente para assistir ao fogo de artifício e à passagem do ano. A estes somam-se todos os turísticas que chegam à ilha através do aeroporto. É indiscutível que se trata de um investimento e não um gasto.
O turismo é a principal fonte de receita para a economia Madeirense. Por via de razão parece-me perfeitamente lógico e deveras importante que o investimento seja relevante e que cumpra com os valores necessários
para garantir que essa receita vital para a Madeira seja uma realidade e se mantenha ano após ano.
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