domingo, fevereiro 11, 2007

Os efeitos de Babel


Babel
Título original: Babel
De:
Alejandro González Iñárritu
Com:
Brad Pitt, Cate Blanchett, Mohamed Akhzam, Gael García Bernal
Género:
Dra, Thr
Classificacao:
M/12
EUA/MEX, 2006, Cores, 142 min.


Vencedor do Prémio de Melhor Realizador e o Prémio do Júri Ecuménico no Festival de Cannes e somando já sete nomeações para os Globos de Ouro nas categorias principais, "Babel", o novo filme de Alejandro González Iñárritu ("Amor Cão", "21 Gramas") é a história de um incidente trágico que gera uma cadeia de acontecimentos em quatro famílias, em quatro continentes. Ligados por circunstâncias mas separados por continentes, culturas e línguas, cada personagem descobre que é a família que, em ultima análise, providencia consolo. Nas areias longínquas do deserto Marroquino, um tiro de espingarda detona uma série de acontecimentos que ligam um casal de turistas americanos, dois rapazes marroquinos, uma ama que atravessa ilegalmente a fronteira para o México com duas crianças americanas e o pai de uma adolescente japonesa procurado pela polícia em Tóquio. Em poucos dias, cada um enfrentará a sensação vertiginosa de estar verdadeiramente perdido - perdido no deserto, perdido no mundo, perdido de si próprio.

Comentário: A Torre de Babel é mencionada no livro bíblico do Génesis como uma torre enorme construída pelos descendentes de Noé, com a finalidade de tocar os céus. Deus, irado com a ousadia humana, teria feito com que todos os trabalhadores da obra começassem a falar em idiomas diferentes, de modo a que não se pudessem entender, e assim, acabaram por abandonar a sua construção. "Babel" insere-se nesta nova corrente pós modernista-naturalista muito em voga pelos novos cineastas, num retrato expressivo e sem considerações morais, cujo expoente máximo foi "Crash" no ano transacto. É um conjunto de quatro histórias que correm em simultâneo em quatro locais diferentes do globo, e que acabam por estar unidas por uma série de trágicos acontecimentos. E tal como na Torre, as personagens de "Babel" confundem-se pelas palavras e são incapazes de se fazer compreender ou comunicar entre si. E aqui surge a verdadeira alma do filme, através dos gestos e de olhares, que por si só são capazes de transmitir todo o conteúdo desejado sem quaisquer limitações pelas barreiras das palavras.
Nota: 7/10

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