quarta-feira, janeiro 23, 2013

E o burro sou eu?

(foto: DN Madeira)

Há coisas que me escapam. Muito sinceramente. Ou sou mesmo muito burro ou então, querem-me fazer passar por tal. Espero que seja a segunda hipótese. Então vejamos esta: 

O secretário regional do Plano e Finanças Ventura Garcês esteve durante a parte da manhã na Assembleia Legislativa da Madeira para a discussão e aprovação da Conta da Região Autónoma da Madeira de 2011. 

Pois o Sr. secretário literalmente acusou os deputados da oposição de "inventar" uma dívida escondida pelo Governo Regional. Diz que o que se passou, que resultou numa dívida de mais mil milhões, foi um problema informático (!!!) que não permitiu contabilizar todas as dívidas e que a situação foi corrigida mais tarde. 

Ou seja, e cito, "Não houve dívida oculta, houve foi um reporte tardío mas dentro dos prazos estabelecidos na lei". 

Peço desculpa. Devo ser mesmo burro. Eu e os todos os engenheiros informáticos daquela secretaria. Só pode!
 

2 comentários:

Ana Abreu dos Santos disse...

Luís,

Se descontextualizares e se não reproduzires tudo o que o Secretário disse, parecerá (eu não vou dizer “burro”) uma afirmação estranha. Todavia, o que o Secretário disse - e repito, porque eu sim, estava lá -, foi que não existe uma dívida oculta, nunca existiu. O que existiu foi uma dívida pública não reportada a devido tempo. Em parte, devido a problemas informáticos (tanto que um dos pontos do PAEF pressupõe, no ponto 45, a introdução de um novo programa informático).

Também esclareceu o Secretário que o que existe é uma dívida totalmente apurada e documentada (longo, não oculta) que foi efetivada ao serviço do desenvolvimento e do crescimento económico.

O que o Secretário disse é que existe uma Obra que já ninguém retira ao uso e à qualidade de vida de madeirenses e porto-santenses, apesar de todas as tentativas do governo de Sócrates e Teixeira dos Santos - com a concordância e voto do CDS -, que ilegitimamente subtraíu meios ao Povo Madeirense.

Também explicou que a dívida pública da Região encontra-se devidamente espelhada na Conta, ainda que sejamos, a todo o momento, confrontados com atitudes demagógicas que têm como único objetivo denegrir a imagem deste arquipélago e da sua população.

Basta ver a quantidade de vezes que a dívida pública da região já foi multiplicada - como fez mais uma vez hoje o Lino Abreu -, para confirmar que existe uma estratégia deliberada, assente num misto de mentira, conluio e má fé.

Ana

Unknown disse...

Ana, essa explicação pode parecer plausível para quem não conhece o funcionamento do Tribunal de Contas e os ditos "reports". Mas querer explicar a "ausência" de mais de mil milhões de euros das declarações anuais, por razão de uma falha informática, parece-me esmo, mas mesmo, pouco plausível.

Seja como for, é precisamente para estas coisas que servem os nossos tribunais. Em breve saberemos que verdade se susterá.

Beijoca.