O PSD conquistou hoje a 10ª maioria absoluta em eleições legislativas regionais da Madeira. Mas, ao contrário de anos anteriores, a coisa esteve tremida.
O PSD obteve o seu pior resultado de sempre em eleições legislativas regionais - 48,56%. Até agora, o pior resultado do partido liderado por Alberto João Jardim tinha sido registado em 2004, com 53,71 por cento dos votos. Ainda assim, o PSD renova a maioria absoluta, que não lhe escapa desde 1976, tendo conseguido eleger 25 dos 47 deputados regionais.
Por seu lado, o resultado mais extraordinário da noite foi o do CDS/PP. O partido liderado por José Manuel Rodrigues mais do que quadruplica o seu grupo parlamentar - passando de dois para nove deputados - e torna-se a segunda força política da região, com 17,63 por cento dos votos (e cerca de 25 mil votos).
Outro excelente resultado, provando que o "efeito Coelho" ainda não acabou ao contrário do que era muito apregoado, o inexistente até à data PTP, que se estreia em legislativas regionais na Madeira, consegue três deputados. Se um Coelho já faz o barulho que faz, imaginem três "Coelhos" no Parlamento! É agora a quarta força, tendo ultrapassado inclusivamente a CDU (que perdeu 1 deputado) e o PND! Igualmente merecido será o destaque para o outro estreante nestas lides, o PAN, que conquista um representante no Parlamento Regional.
Quanto ao PS, com 11,50 por cento dos votos, e seis deputados (perde um em relação a 2007), paga o preço de uma campanha triste, sem organização, sem direcção e sobretudo, arrogante, mentirosa e subversiva! Sócrates ainda não está esquecido como o povo acabou de mostrar!
Para mostrar que a esquerda está em crise e em queda, de fora do Parlamento ficou o BE que, com 1,70 por cento, foi a força política menos votada na Madeira, deixando o "cão raivento"... raivoso e fora do Parlamento Regional!
Agora que terminou o "show off", em breve saberemos quais as medidas 'negociadas' entre o Governo Regional e o Governo Nacional face ao plano de resgate para a Madeira. Adivinham-se cortes, eventuais reduções de despesa pública que inevitavelmente passará pelo emagrecimento dos quadros públicos, subidas de impostos com o IVA à cabeça, taxas moderadoras, taxas nas contas da electricidade e águas, enfim, um mundo pouco abonatório para a já pouco recheada carteira madeirense.
Como escrevi há alguns dias, esta maioria do PSD-M, que formará Governo sozinho, irá enfrentar uma realidade totalmente diferente das anteriores e que não está habituada. As medidas a tomar, que já agora extravasarão a nossa competência autonómica, farão este governo impopular (o dos cortes, da subida de impostos, de despedimentos), e incapaz de deitar mão aquilo que sempre fez bem, obra para mostrar. As críticas far-se-ão ouvir de diversos quadrantes mas, principalmente, do seu povo, cada vez mais "teso"!
Começa hoje um novo tempo para a Madeira e para todos os Madeirenses!
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