sexta-feira, julho 09, 2010

Causa e consequência

 


 
Li
hoje que Portugal teve em Maio mais 5,8% turistas e 0,4% dormidas e por via disso os proveitos subiram 4,5% em relação a igual mês do ano passado. Ou seja, entraram em Portugal mais 72 mil turistas, que garantiram mais 14 mil dormidas, que geraram 167 milhões de euros, mais 7,2 milhões de euros do que um ano antes. Este crescimento contou com o contributo de todas as regiões turísticas, com excepção da Madeira. Isto porque a Região teve uma queda de 8,2% nos hóspedes (menos 10 mil) e 15,1% nas dormidas (menos 77 mil) que tiveram como reflexos uma queda de 16,2% nos proveitos totais, ou seja menos 3,8 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões são relativos ao aposento.


Em Maio passado o Governo da República anunciou um agravamento de 1 a 1,5 por cento da taxa de IRS (só ficam isentos os dois escalões mais baixos). Antes, tinha sido decidido reduzir as deduções por conta de encargos de saúde e educação. Em consequência, nos cofres públicos da Madeira deverão entrar mais 20 milhões de euros ao longo do próximo ano à conta da antecipação de receitas de IRS e do aumento deste imposto, que é sobretudo pago por trabalhadores por conta de outrem.


O jornal Financial Times anuncia a realização de testes de resistência a 91 bancos europeus, incluindo os portugueses BES, CGD, BCP e BPI. A intenção dos reguladores financeiros é verificar se o sector bancário europeu consegue suportar situações extremas, já que o acentuar da crise da dívida pública europeia, com uma eventual necessidade dos Estado de reestruturar o seu plano de amortização da dívida, é uma das ameaças que enfrentam os bancos da zona euro. Estes testes incluem agora um cenário de default parcial do Estado português, em que deixa de pagar 8 por cento da sua dívida pública aos mercados.


O Ministério das Finanças confirmou que o Governo irá proceder a novos cortes nos benefícios e nas deduções fiscais, em sede de IRS, já no próximo Orçamento do Estado (OE). O que significará um novo aumento no IRS no início do próximo ano. Segundo dados do Ministério, o agravamento será sentido a partir do terceiro escalão do IRS, o que afectará cerca de 1,5 milhões de famílias.


Por sua vez, Alberto Martins, ministro da Justiça, revelou esta semana que o seu ministério vai tentar «reduzir uma série de custos» e que haverá uma alteração (com algumas subidas) das taxas de justiça e para os emolumentos nos Registos e Notariado. O governante avançou também que haverá alterações no Acesso à Justiça (patrocínio oficioso), onde haverá uma «reformulação» do sistema, sem prejudicar as pessoas mais carenciadas.


Não consigo deixar de pensar que tudo isto não está relacionado...

Sem comentários: