segunda-feira, abril 06, 2009

Obama, o fenómeno

 
(Foto: Jim Young/Reuters)


Uma festa na cara, uma festa na cabeça, um aperto de mão, um olhar para a fotografia. Sob o olhar aterrorizado dos seguranças, Barack Obama desceu ao meio da multidão, em Praga, depois do discurso a que assistiram 30 mil pessoas, para saudar quem veio ali para o ver e ouvir. E tocar-lhe, como este homem que se vê na imagem. Esta é a diferença entre Obama e o seu antecessor.


O fenómeno de Barack Obama não para de surpreender. Onde quer que este homem vá, o público vai com ele. E com bons motivos, como pude comprovar na passada sexta-feira. Obama é mais que um produto publicitário. Ele é um estilo muito próprio. Na sexta-feira, Obama esteve em Estrasburgo, na França, onde perante uma multidão de centenas de pessoas, discursou e respondeu a várias perguntas lançadas pelo público, maioritariamente jovem. Respondeu com classe a perguntas difíceis como a luta contra o terrorismo e os europeus, a crise económica e a banca, e a outras ainda mais difíceis como o cão para a Casa Branca ou se já se tinha arrependido por quer concorrido a presidente dos EUA. A tudo respondeu sempre de forma muito directa e, quero crer, honesta.


Obama demarca-se pela diferença. Ainda hoje, na cidade de Kafka, Obama ousou em falar de paz, apesar das novos estados emergentes e perigosamente ambiciosos. Obama não é nenhum salvador. Mas é alguém consciente do enorme poder de mobilização que o seu cargo lhe dá. E da responsabilidade que isso igualmente envolve. Espero e desejo que a consciência se sobreponha à razão. O mundo precisa.

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