domingo, novembro 30, 2008

A Arte sem preço...

 
Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que um sujeito chega à estação do metro em Washington, vestindo jeans, camisola e boné. Encosta-se próximo da porta de entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que por ali vai passando, bem na hora do "rush" matinal. Durante os 45 minutos que lá esteve a tocar, foi praticamente ignorado pelos passantes.


Ninguém sabia mas o músico é Joshua Bell, um dos maiores violinistas da actualidade, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. Durante o tempo que esteve na estação arrecadou apenas 32 dólares.


A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.



Imaginem agora todas aquelas pessoas que passaram por Bell na estação e não lhe ligaram nenhuma... perderam três quartos de hora de pura arte, sem moldura e sem preço.

1 comentário:

amsf disse...

Conclusão: o lufa lufa do dia dia não nos permite aproveitar gratuitamente as coisas boas da vida e só lhes damos valor quando alguém lhes atribui um preço e especialmente se esse preço não estiver ao alcance de qualquer um! A cultura às vezes não é mais do que vaidade!