quinta-feira, agosto 28, 2008

Rose, a menina que ninguém queria

 
(Foto: AFP)


O título é a manchete desta quinta-feira do jornal Yediot Ahronot. O caso que reporta tem andado nas bocas do mundo e chocou profundamente Israel.


A menina Rose Pizem, de 4 anos, havia desaparecido há já 3 meses. No entanto, o caso só foi reportado à polícia israelita quase dois meses após a ausência da menina, e pela sua bisavó Vivien Yaakov.


As primeiras investigações incidiram imediatamente sobre a família mais próxima, mãe, Marie-Charlotte Renault, de 23 anos e o avô, Roni Ron, de 45 anos. No entanto, o que vieram a descobrir revela uma história familiar complexa e macabra.


Rose nasceu na França, filha da francesa Marie e do israelita Benjamin Pizem. Logo após o nascimento de Rose, os seus pais decidiram viajar para Israel para realizar o desejo de Benjamin de conhecer seu pai biológico, Ronnie Ron. No entanto, já em Israel, Ron mostrou-se mais interessado em Marie.


Conta o relatório que ambos se terão apaixonado, e se envolvido intimamente. No final da sua estadia em Israel Marie anunciou que iria ficar no país, porque queria prosseguir a sua vida ao lado do pai do seu marido. Benjamin regressou a França, com Rose, formalizando o pedido de divórcio.


Nos dois anos seguintes, as grandes dificuldades em criar a filha, levaram Benjamin a entregar a sua guarda, periodicamente, a instituições sociais. Em 2007 Rose, então com três anos, foi hospitalizada, alegadamente, por abusos e negligência do pai.


Marie e Ron, que entretanto haviam casado e já eram pais de dois filhos, requereram a guarda da menina e, após um batalha jurídica, naquele mesmo ano, tiveram autorização para a levar para Israel onde passaria a morar com eles.


Rose, porém, demonstrou graves problemas comportamentais herdados da sua história de abuso. Ela não conseguia comunicar em francês ou hebreu, e demonstrava dificuldades com habilidades motoras básicas. Seguiram-se novas negligências. Depoimentos dos vizinhos da família afirmam que a menina sofreu maus tratos desde que chegou a Israel e que era uma menina triste, frequentemente vista chorando nas escadarias do edifício onde morava.


Confrontados com as dificuldades da menina, o casal decidiu entregá-la à mãe de Ron, Vivian, que cuidou dela vários meses antes de insistir noutra solução, atendendo às necessidades especiais de Rose. Em Maio de 2008, Ron e Vivian tiveram uma discussão séria, e Ron arrumou as coisas de Rose e levou a criança para sua casa. Foi a última vez que Vivian viu a pequena menina.


Três meses depois, após inúmeros telefonemas para Ron e Marie, Vivian decidiu recorrer às autoridades para reportar o desaparecimento da menina.


Ron e Yaakov foram então interrogados. Ron primeiro disse que a matou acidentalmente, depois de lhe ter batido, porque esta estaria a perturbá-lo enquanto conduzia. Mas contou depois que a teria entregue a uma instituição e numa outra versão da história chegou a garantir que a vendera a palestinianos. A polícia tentou despistar todas estas histórias. Assim como a dos testemunhos de vizinhos, que sugeriam que Ron abusaria de Rose.


O avô acabou por confessar no início desta semana que a primeira versão que contou sobre o desaparecimento da menina seria a verdadeira e que lançou o seu corpo ao um rio em Telavive. Neste momento, as autoridades continuam a procurar o corpo da menina em todos os locais, onde o avô disse ter estado com ela, mas sem sucesso.


A revelação de uma vida marcada por abusos, negligências, esquecimentos, tem chocado profundamente o mundo e, muito particularmente, Israel. Este é apenas mais um caso de contornos absolutamente inacreditáveis. Rose viveu apenas 4 anos, mas todos eles verdadeiramente infernais. Que consiga agora um pouco de descanso e que todos os responsáveis pelo seu estado sejam severa e drasticamente punidos.

2 comentários:

Maria disse...

sinto muita tristeza no peito por saber de casos assim, infelizmente muitas outras criancas vivem neste mesmo inferno de vida...os piores inimigos podem estar em casa...Deus poderia ter misericordias destas pobres criancas e punir ou melhor extinguir estes monstros da terra!!

Anónimo disse...

Meu Deus que menina linda.. Tenho certeza que seria mais fácil abandona-la na porta de alguem q seja capaz de cria-la, sei lá, entregar num orfanato,do que matar um anjo lindo como essa princesa. 4 Anos viveu de sofrimento. Que agora descanse em paz ao lado do Papai do céu. Anjo Linda