domingo, agosto 12, 2007

Uma Professora no Espaço

(Foto: Hans Deryk/Reuters)

Quarta-feira passada, o vaivém Endeavour partiu do Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, na Florida. A missão STS-118 tem como objectivo principal continuar a construção da Estação Espacial Internacional, pelo que levam mais um segmento do painel solar, o Integrated Truss Segment S5, uma nova viga para a estrutura centras da ISS.

Uma missão no espaço é sempre algo especial, mas esta viagem é particularmente especial. O Endeavour leva a bordo sete astronautas, entre os quais a professora Barbara Morgan. Em 1985, juntamente com a colega Christa McAuliffe, Morgan foi seleccionada para integrar o "NASA Teacher in Space Project". De Setembro de 85 a Janeiro de 86, Morgan treinou com McAuliffe e toda a restante tripulação da nave espacial Challenger no Johnson Space Center da NASA, em Houston, Texas. A 28 de Janeiro de 1986, Morgan ficou em terra enquanto que o Challenger se desfazia 73 segundos após ter descolado.

Após a morte de McAuliffe, Morgan assumiu os deveres do "Teacher in Space". De Março a Julho de 1986, trabalhou com a NASA, e deu várias palestras a organizações educacionais pelos Estados Unidos, até que em Setembro do mesmo ano, Morgan regressou à sua terra de Idaho e retomou a sua carreira de professora. Em Janeiro de 1998, Morgan voltou a ser seleccionada pela NASA, para ser a sua primeira Educator Astronaut, facto que oficialmente a tornou uma astronauta a tempo inteiro.

Mas esta viagem do Endeavour já começou algo enguiçada. A protecção térmica da nave foi aparentemente danificada pelo impacto em um pedaço de gelo, informou um funcionário da Nasa. Hoje iriam proceder a uma inspecção, com o auxílio de uma câmara, para avaliar a extensão do dano, em particular sua profundidade. Uma análise realizada por radar mostrou que os fragmentos que se desprenderam 58 segundos após o lançamento da nave, na quarta-feira, e que danificaram a proteção térmica do Endeavour, eram de um pedaço de gelo e não da espuma isolante do tanque de combustível.

Seja como for, 21 anos após o desastre do Challenger, finalmente a NASA mete uma professora na órbita terrestre, e com este feito dá continuidade e visibilidade ao projecto educacional da NASA. Agora é só esperar que regressem sãos e salvos.

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