quarta-feira, julho 11, 2007

Ainda o "Live Earth"

Há um velho ditado que diz "faz o que eu digo, não faças o que eu faço". Isto veio-me à cabeça enquanto assistia a parte do 24 horas a cantar, tocar e dançar a favor do ambiente, o "Live Earth" (ou SOS Terra, em português).

Sem dúvida que a mensagem é bonita e sem qualquer dúvida importante. Quando nos chegam notícias de incêndios terríveis no Canadá e Estados Unidos, neve em Buenos Aires, inundações na Europa, temos mesmo que concluir que a saúde do nosso planeta já viu dias bem melhores. Mas que exemplo nos dão estes ícones da música, neste mesmo contexto ambiental?

Por exemplo, e citando o "The Guardian" e o "News of the World", a Madonna, com as suas nove casas, frota de carros e jacto privado, é responsável por uma quota de emissão de dióxido de carbono cem vezes superior à quota média de um cidadão britânico. O próprio concerto do "Live Earth" produziu três mil vezes mais dióxido de carbono que a mesma média de cada cidadão do Reino Unido.

Embora nobre a causa, não basta organizar meia dúzia de horas de mensagem "non stop". É preciso mudar comportamentos. E essa mudança de comportamentos cabe a cada um de nós. Os problemas ambientais não são miragem. A quantidade de lixo e poluição produzida, os hectares e hectares de floresta queimados, espécies em risco de extinção, o desperdício de energia, são uma realidade cada vez mais dramática para o nosso planeta.

Os grandes gestos por mais "honrados" que sejam, cedem sempre aos pequenos e repetitivos gestos, de tão sublime importância. Fechar a torneira quando lavamos os dentes, tomar um duche mais curto e só usar as máquinas de roupa e de louça quando cheias. Apagar a luz quando não precisamos dela. Andar mais a pé. Apostar nas energias alternativas. Separar o lixo em casa, permitindo a reciclagem de plástico, papel, metal, alumínio e vidro.

A questão ambiental é uma questão de consciência. De consciência pessoal e individual com reflexos no todo. Só temos um planeta. É a nossa casa. É este o espaço que deixaremos aos nossos filhos. Temos a responsabilidade única de o manter em condições. É apenas o futuro de toda a humanidade e espécies irmãs do nosso planeta que está em jogo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ah p´queno, nã sei o ké k andas a fumar mas está a fazer-te bem... estás com uma prosa bem elaborada o k aliada a uns temas pertinentes te tornam um sério candidato ao "Pulitzer"... :) Um abraço Rui

Anónimo disse...

A cobertura do Live Earth na RTP1 foi simplesmente vergonhosa. Estavam constantemente a interromper para pôr pessoas a dizer quase sempre as mesmas coisas e fizeram uma grande interrupção para fazerem um festival com grupos portugueses que ouvimos nos outros 364 dias do ano. Resultado: para ouvir o Live Earth como deve ser, foi preciso sintonizar a Antena 3...

amsf disse...

http://pensamadeira.blogspot.com

Isto só lá vai quando se usar a política do chicote para os não cumpridores e o mel para os cumpridores.

É desencorajador fazer recolha selectiva e depois encontrar grandes quantidades de garrafões de 5 litros, garrafas de refrigerantes de litro e meio, garragas de cerveja, etc. no contentor do lixo comum. É caso para dizer:
- Ando aqui a gastar o meu precioso tempo para benefício destes bárbaros!

il _messaggero disse...

...mas lentamente estamos a tomar alguma conscientalização de algo terá que ser feito...

Mesmo assim e vivendo fora da ilha, sei que a Madeira e em espacial o Funchal é o concelho do país que mais se aproxima das metas estabelecidas para 2010 a nível de recolha selectiva de lixo, sendo líder neste campo no país (mesmo não concordando com muito que é feito, tenho de realçar este feito)...

Em tempos houve uma reportagem sobre a pegada ecológica de várias figuras públicas, e o líder da quercus até era dos que mais mal classificados estava devidos às sucessivas viagens de avião para assistir a conferências...mas não entremos por aí...

Cabe a cada um reflectir e pensar se as atitudes que toma serão as mais indicadas...até porque,~e não querendo ser fatalista, a verdade é que o futuro de gerações vindouras começa a ser posto em causa...

bom post