quarta-feira, novembro 01, 2006

O Dia de Todos os Santos


Se olharmos com atenção para o calendário da Igreja, verificamos que cada dia do ano tem o seu Santo. Esta situação surge pela tradição da Igreja de recordar os santos , e que esteve na origem da composição do calendário litúrgico, em que constavam inicialmente as datas de aniversário da morte dos cristãos martirizados como testemunho pela sua fé, realizando-se nelas orações, missas e vigílias, habitualmente no mesmo local ou nas imediações de onde foram mortos. No entanto, há mais Santos do que os 365 dias do ano. Daí que, para resolver este problema, a Igreja Católica escolheu um dia para os honrar e lembrar a todos. Daí este dia ser chamado o “Dia de Todos os Santos”.

Assim, no início do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o primeiro dia de Novembro para celebrar a Festum omnium sanctorum. Mais tarde, no século X, a Igreja dedicou o segundo dia às almas, em memória de todos os fieis falecidos. Em Portugal, em virtude do dia 1 de Novembro ser feriado católico no calendário, esta tradição mantém-se, e as pessoas aproveitam para ir aos cemitérios colocar flores nas campas e rezar pelos seus entes queridos.

Um pouco por tudo o mundo, este dia tem as suas repercussões, umas mais estranhas que outras. No México, por exemplo, existe uma tradição muito estranha relacionada com o Dia de Finados.

A celebração do Dia dos Mortos revela-nos um povo com uma relação muito próxima com a morte, não fossem os mexicanos os descendentes directos dos Aztecas, que eram conhecidos como o "povo da morte". Os Aztecas acreditavam que, depois de um rápido encontro com a vida, as pessoas iam para o "Reino dos Nove Mundos". Esta tradição perdura no tempo, e cinco séculos depois, o dia 1 de Novembro, é o culminar de semanas de preparação para o regresso dos mortos, pois este é o dia em que Deus deixa os mortos visitarem os seus familiares na Terra.

Assim, no primeiro dia de Novembro, ao meio-dia, chegam as crianças que já morreram. Para elas é feito um altar com muitas velas, que iluminam o seu caminho de volta à Terra. Além disso, são colocados doces, brinquedos e “pão de mortos” (um pão que se assemelha aos ossos humanos). No culminar do dia, à meia-noite, chegam os adultos. Para se ter a certeza de que encontrarão o caminho do cemitério para as suas casas, são espalhadas pétalas de flores e velas pelas ruas. No altar preparado pela família, o morto encontrará as oferendas feitas pelos seus parentes, com os seus pratos favoritos em vida.

A tradição está, ainda, tão enraizada que muitos dos familiares das pessoas mortas vão ao cemitério mudar-lhes de roupa para que estejam bonitos no dia do seu regresso.

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