sexta-feira, agosto 25, 2006

Dura Praxis, Sed Praxis


Ana Damião, uma ex-aluna do Instituto Piaget Nordeste, em Macedo de Cavaleiros, que em 2002 se queixou de praxes violentas, avançou com um processo cível contra o instituto. O caso que será analisado pelo Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros, remonta a Outubro de 2002, quando Ana Damião era caloira do curso de Fisioterapia.

Durante as praxes, a jovem foi obrigada a cumprir uma série de tarefas "humilhantes", como despir a roupa e virá-la do avesso, colocar a roupa interior por cima da roupa que trazia vestida, simular orgasmos com uma planta, um poste de electricidade e ainda com martelos de plástico, colocar-se na posição de quadrúpede e participar em corridas com os restantes caloiros.

Este caso volta a assombrar a figura da "Praxe Académica". A Praxe é um conjunto amplo de tradições usos e costumes académicos que se praticam e repetem ao longo dos anos. Neste conjunto de costumes está a tradição de integrar os caloiros na sua nova escola e na própria Praxe. Esta ligação é forte de tal modo que por muitas vezes se confunde o conceito de Praxe como conjunto de tradições e rituais com os meros rituais de integração dos novos alunos, o que porém não deve ser feito.

Actualmente, as actividades que os compôem incluem, a título de exemplo, comer sem recorrer a talheres, pinturas no corpo ou banhar-se em fontes públicas, que embora aparentemente pacíficas, os excessos e os efeitos que causam nos alunos que as praticam, são mais controversos.

Pelo que se constata na maioria das faculdades em Portugal, com a honrosa excepção de Coimbra, não existe qualquer tradição académica. O que existe é gente arruaceira que se auto-constitui em comissão de praxe "ad-hoc" e que, sob o falso pretexto do espírito da Praxe e na forma de "brincadeiras de integração", cometem as maiores barbaridades e imbecilidades, cujo limite apenas termina no grau da perversa imaginação de quem as impõe.

O mote Dura Praxis, Sed Praxis (a praxe é dura, mas é a praxe) é bem ilucidativo do espírito por detrás destas pseudo-brincadeiras. Já está na altura de acabar de vez com os déspotas das praxes, de romper com a "praxis" da humilhação.

1 comentário:

Durza disse...

Cambada de idiotas...

Se ela não queria fazer não fazia! Olha que história... Ou alguém lhe apontou uma arma à cabeça? Enfim, ressabiados!

Saudações, DTO UMINHO 09/10!