segunda-feira, julho 10, 2006

Bravo rapazes!

Uma homenagem bonita dos bombeiros à chegada da selecção nacional a Lisboa (Foto: Steven Governo/AP)

A selecção portuguesa já está de regresso a Portugal. Chegou ontem à tarde, onde foi alvo de várias homenagens, algumas bem originais, como a do "chuveiro" verde e vermelho, que abençoou a chegada dos heróis lusitanos.

Portugal vem da Alemanha com um 4º lugar na bagagem. Um lugar que não desmerece e que muitos matavam para lá conseguirem chegar. É óbvio que ficou aquela sensação de que poderiamos ter ido mais além, que poderíamos até - quem sabe? - ter trazido o caneco.

Apesar do óptimo mundial que fez, a equipa portuguesa tem as suas limitações. Tivemos um Deco condicionado, depois de uma época altamente desgastante. O Figo, que apesar do óptimo mundial que fez, já não dá para tudo. O Pauleta chegou cansado e bem se esforçou mas também pouco lhe saíu bem. E o que se verificou é que faltou algum poder ofensivo a Portugal, como atestam os 7 golos em 7 jogos, isto tendo em atenção que Portugal ficou 2 jogos em branco (Inglaterra e França).

Em compensação ganhamos um central de imensa categoria. Para mim não foi surpresa. Sempre fui apreciador das caracteristicas do Fernando Meira, mas impôr-se num Mundial como ele o fez, é preciso classe. Destaques também para o enorme Ricardo Carvalho (é fenomenal e isto basta), Miguel (pena a lesão), Maniche (que simplesmente renasceu e com mérito figurou na lista dos melhores do mundial) e, claro, o Ricardo, que foi um bastião na baliza de Portugal e ainda conseguiu trazer um "record" para casa.

Mas para mim a figura foi Cristiano Ronaldo. Por todos os motivos. Foi o jogador que mais se destacou, pelos melhores e piores motivos. Foi atacado selvaticamente dentro e fora de campo. Recebeu elogios e foi massacrado. Mas em todas as vezes que ouvia assobios, pegou na bola e levou Portugal para a frente. Ele, mais do que ninguém, merecia a final.

Uma palavra final para o nosso seleccionador. Em Portugal há o infeliz hábito de nunca se reconhecer o mérito. O que importa é dizer mal. Se nada houver, inventamos. Porque o português intelectualóide só está bem, se disser mal de alguém. Desde o movimento do "Baía Selecção" (derivação do "Baía 400 jogos"), aos amuos do presidente Pinto da Costa, aos "experts" da tv (nunca vi país mais cheio de experts que o nosso) , Scolari trabalhou sempre numa corda bamba, por cima de um tanque cheio de crocodilos esfomeados, apenas à espera de um tropeção, uma escorregadela, para lançar um dente ao homem.

A verdade é que a todos o Scolari resistiu. Manteve as suas opções, defendeu-as de tudo e todos, e a verdade foi que, aquilo que se assistiu na Alemanha, foi a uma equipa unida, ambiciosa, com vontade e que dignificaram ao máximo a camisola que envergavam. Mais não se pode pedir.

Pegando nas palavras do nosso Pauleta: "Se mais não fiz foi por não saber, e não por não querer".

E a todos vocês eu digo bem alto... BRAVO RAPAZES!

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