quinta-feira, junho 29, 2006

O Instinto


Instinto é uma palavra usada para descrever disposições inatas em relação a acções particulares. Geralmente são padrões herdados de respostas ou reacções a certos tipos de situações, ou características de determinadas espécies. Nos humanos, estes são mais facilmente observados em respostas a emoções.

Os instintos geralmente servem para pôr em funcionamento mecanismos que evocam um organismo para agir. As acções particulares executadas podem ser influenciadas pelo aprendiz, pelo ambiente e pelos princípios naturais, mas não descrevem uma condição social existente ou um "status quo".

Podemos observar vários exemplos de "instinto" no comportamento animal que, na durante a sua vida, executam várias actividades, com maior ou menor complexidade, mas que não têm por base qualquer experiência anterior, de onde se destacam a reprodução e o acto de se alimentar.

Muitos sócio-biólogos e etólogos têm tentado compreender o comportamento social humano e animal em termos de instinto. Sigmund Freud argumentava que o princípio do prazer, na verdade, exprimia impulsos primitivos, animais. Para seus contemporâneos vitorianos, a idéia de que o comportamento humano fosse no fundo governado por compulsões sem nenhum propósito mais nobre que a auto-realização carnal era simplesmente escandalosa. E embora o escândalo tenha atenuado-se nas décadas seguintes, o conceito freudiano do homem como animal foi sempre mantido em segundo plano pelos cientistas cognitivos.

Não querendo meter-me numa área que não é minha especialidade, mas querendo lançar a discussão, segundo um artigo publicado numa edição mensal da conceituada "Scientific American" consta que este conceito freudiano está de novo a ganhar popularidade no meio científico.

Neurocientistas como Donald W. Pfaff, da Universidade Rockefeller, e Jaak Panksepp, da Universidade Estadual de Bowling Green, acreditam hoje que os mecanismos instintivos que regem a motivação humana são ainda mais primitivos do que imaginava Freud. Afirmam que os nossos sistemas básicos de controle emocional são iguais aos dos nossos parentes primatas bem como aos de todos os mamíferos. No fundo, defendem que, no nível profundo da organização mental a que Freud chamou "Id", a anatomia e a química funcionais do nosso cérebro não são muito diferentes daquelas dos animais que vivem nos currais ou dos nossos bichos de estimação.

Em sumemos, a minha pessoa, livre dos meus condicionalismos / enriquecimentos sociais, está equipada com o mesmo "set" de instintos que os restantes animais deste planeta.

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