
A falar é que a gente se entende!
Andava o Infante Dom Henrique "emantado" com a vida, quando decidiu mandar João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo em busca da Guiné. O Infante era "menino" para os descobrimentos e queria era aumentar a quantidade de "patacas" nos cofres do país. Então, lá mandou os "ómes" para o mar, esperando que eles trouxessem boas-novas.
Os dias passaram-se e os navegadores já estavam prontos para "se abicarem" à água. Os marinheiros já não aguentavam a "angri-nha" e alguns, pensando na viagem, "À cão!".
Encontrar costa seria "um pau pelo olho dentro".
Puxando pela "cachimónia", os navegadores que eram "tarimbeiros", deixaram-se levar pelas marés e, enquanto alguns já tinham "bicho de pêssego", eis que surge no horizonte um "cacúlo" de todo o tamanho.
"Estepilha!", gritaram eles, enquanto os "grades" que faziam companhia a bordo, ganiam de contentamento. E a alegria foi tal, depois de tantas semanas em alto-mar, que "não lhes coube um feijão" quando avistaram terra.
Ainda demoraram mais do que uma "hora de tempo" para atracarem e chegarem à praia daquela ilha a que chamaram Porto Santo. Muitos exclamaram: "nunca nan vi" coisa igual! "Ajoujados" com barris de água e de carne salgada, os homens "cramavam" que tinham peso a mais nas "arcas". Mas os chefes que não eram "boas biscas" nem tinham "paciência de corno" para os "lufas", diziam: "amanhem-se!".
Aquela ilha tinha areia "a dar com um pau", mas não havia quaisquer "fagotes" à vista.
Como na altura não haviam "olhos de boi", os homens eram avisados: "agarra-te às orelhas".
Ao fim de uns dias naquele fim de mundo, a "bicharada" já estava "impliquenta" e mesmo aqueles que eram "bichos do buraco", "andavam de beiças" porque se sentiam "embaçados".
Então, o João e o Tristão que eram "renhetas", deixaram o "debiqueiro" Bartolomeu a tomar conta da loja e fizeram-se às ondas.
Uns dias depois ouviu-se o "gaio" gritar "Uá Mãe!" e todos ficaram "inermes" quando, ao longe, miraram um "cascalho" de todo o tamanho, e cheio de verde. Mal sabiam eles que ali iriam encontrar um bom farnel para matar a "roeza".
Quando chegaram à baía a que deram nome de Machico, a primeira coisa que fizeram foi "atupir" na "ilha da minhoca" os marinheiros que tinham "azoigado" durante a viagem.
Depois, banharam-se para tirar o "fládio" e apa-nharam uma valente "tachada" até ficarem com "bafio".
Nos anos que se passaram e depois de muitas queimadas feitas e das levadas construídas, os "vilões" que se "acatrafiavam" uns aos outros, construíram casas e "poios" onde plantaram "semilhas", "cinouras", "pimpinelas", "vaginha", "tanarifas", "boganga". Também comiam muitos "tabaibos" que nasciam em cactos "biguanos" e eram todos "chiquemanes" enquanto "caçoavam" dos "profetas" que tinham ficado no Porto Santo.
Ao longos dos séculos contam-se histórias de muitos "pancumes", entre "maraus" e "lufas", mas a verdade é que quase seiscentos anos depois os madeirenses e porto-santenses continuam a viver cheios de "cagança", "fazendo ramelas" a muito boa gente.
in "EXTRA - DN MADEIRA"
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