segunda-feira, março 24, 2014

Ilhas Desertas reconhecidas e protegidas!


(Foto: Rui Gonçalves da Silva/Madeira)

O Diploma Europeu para Áreas Protegidas foi atribuído pelo Conselho da Europa às Ilhas Desertas, na Madeira.

Os peritos do CE aprovaram na manhã de hoje a candidatura das Ilhas Desertas, território conhecido por ser o habitat da reserva de lobos-marinhos, no arquipélago da Madeira, ao Diploma Europeu para Áreas Protegidas, reconhecendo assim a importância do trabalho desenvolvido na Reserva Natural nestas ilhas há quase 26 anos.

A candidatura desta reserva natural foi apresentada em Novembro de 2011, pelo Parque Natural da Madeira (PNM), sendo um galardão atribuído por um prazo de cinco anos.

Portugal passa a ter duas Áreas Protegidas reconhecidas pelo Conselho da Europa, ambas na Madeira. À Reserva Natural das Ilhas Selvagens, junta-se agora a Reserva Natural das Ilhas Desertas. Presentemente existem 70 áreas protegidas na Europa, em território de 26 países diferentes.

O galardão agora reconhecido consolida a importância das Desertas enquanto pólo de atracção turística. O turismo de natureza é, na Madeira, cada vez mais um produto altamente diferenciador. A Reserva Natural das Ilhas Desertas está já na rota dos principais operadores marítimo-turísticos da Madeira.

O património natural da Madeira tem sido reconhecido no plano nacional e internacional e a mais recente distinção foi o ‘Prémio LIDE Preservar Mar 2013’ que distinguiu as “Áreas Marinhas Protegidas da Madeira”. A Floresta Laurissilva é o expoente máximo protegido.


Mas o que são as Ilhas Desertas?

As Ilhas Desertas constituem um subarquipélago do arquipélago da Madeira, de origem vulcânica, situadas a sudeste da Ilha da Madeira. Constituem Reserva Natural classificada também como reserva biogenética pelo Conselho da Europa.

Fazem parte das Ilhas Desertas o Ilhéu Chão, a Deserta Grande e o Bugio.

Desde o século XIV, que estas ilhas já eram conhecidas por Desertas. Contudo só foram exploradas após as primeiras viagens de reconhecimento de João Gonçalves Zarco em 1420/1421. Tentou-se ali estabelecer uma colónia portuguesa por diversas vezes, sempre sem qualquer sucesso, dadas as condições agrestes e a secura daquelas ilhas.

As ilhas foram propriedade privada de duas famílias inglesas da Madeira entre 1894 e 1971 (tal como foram as Ilhas Selvagens), tendo sido compradas então pelo Estado português e convertidas em reserva natural.

A Reserva Natural das Ilhas Desertas regista, em média, mais de três mil visitas por ano, e tem conseguido reunir várias distinções, entre as quais a classificação de ‘Reserva Biogenética’, galardão que foi também atribuído pelo Conselho da Europa.

 (Foto: WILD WONDERS OF EUROPE / SÁ / NATUREPL.COM/National Geographic Creative)

O projecto mais conhecido destas ilhas é o de protecção da colónia dos lobos-marinhos que permitiu, nos últimos anos, aumentar a população daquela espécie, considerada a foca mais rara do mundo e classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como em “Perigo Crítico”, não existindo mais do que 500 animais em todo o mundo.

Nas Ilhas Desertas, em 1988, existiam apenas entre seis a oito espécimes, tendo presentemente o PNM identificados entre 30 a 40 focas distribuídas pelas Ilhas Desertas e Ilha da Madeira.

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