terça-feira, outubro 01, 2013

E a mudança veio mesmo...



Honestamente. Nem o mais optimista da Coligação Mudança esperava este resultado no Funchal. E nem o mais pessimista do PSD esperava um resultado tão desastroso em toda a Região. No total, foram 7 as câmaras municipais perdidas, 22 freguesias e cerca de 25 mil votos. Não é mau, meus senhores. É desastroso!

Do outro lado do espectro está toda a, até domingo, oposição. A Coligação vence no Funchal, PS vence em Machico, Porto Santo e Porto Moniz, o CDS/PP em Santana, a JPP em Santa Cruz e os UPSV em São Vicente. O povo madeirense finalmente assumiu a vontade de mudar e, agora que o dinheiro começou a faltar e com ele toda a 'cola' da social democracia madeirense do PSD, fracturado por dentro, os resultados estão à vista. Naturalmente pode-se discutir se as mudanças assumidas advêm mais de um sentimento de "vingança" do que propriamente num confiar na alternativa assumida, mas isso só o tempo o dirá.

Acima de tudo, o dia 29 de Setembro de 2013 ficará na história do Arquipélago da Madeira, como o dia em que o PSD Madeira sofreu a sua maior derrota em 39 anos. Isto ninguém apaga.

No cômputo geral, e naquilo que particularmente me diz respeito, e em contra-ciclo em relação ao resto do país, o CDS/PP Madeira cresceu em todo o lado, venceu uma Câmara e quatro juntas de freguesia, o que é inédito. Passou de 4 para 8 eleitos (incluindo um presidente da Câmara), de 11.588 votos para 17.689 votos em toda a ilha, e confirmou a posição ganha em 2011, como a segunda força política na Região, inclusive reduzindo a diferença para o PSD. Apenas o Funchal, apesar da subida em número de votos, ficou aquém do que poderia ser espectável, fruto também do impacto que o voto útil veio a revelar no resultado final. O que nos obriga a repensar um pouco toda a estratégia para a capital da Madeira. 

Quanto à Coligação Mudança, que venceu o Funchal, os próximos tempos serão decisivos para a sua credibilidade. Capitalizou com todos os votos dos descontentes, porém comprometeu-se com um programa que as pessoas irão cobrar. Tem a desvantagem natural das coligações que albergam muita gente, ou seja, a tendência para se desvanecerem rapidamente, assim como um período curto para mostrar serviço - o que será bastante difícil atendendo às actuais condicionantes regionais e nacionais. 

O povo decidiu, está decidido! Parabéns aos vencedores e votos de um bom trabalho. E espero que a nova oposição seja construtiva e produtiva. Como deveria ser sempre num sistema democrático que se preze (embora seja já capaz de imaginar o que por aí virá). Mas atenção: não foi por colocar a cruz e o papel na urna que a nossa obrigação, enquanto cidadãos, acabou. Agora, mais que nunca, precisamos de uma cidadania activa, atenta e fiscalizadora dos poderes públicos e das pessoas que o exercem. Porque a responsabilidade não se extingue após o acto eleitoral.

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