(Foto: Luís Sebastião/DN)
Não está em causa um carro se incendiar numa via pública. É um risco e pode sempre acontecer, inclusive na via mais segura do mundo. Porém, um acidente desta natureza que acontece no interior de um túnel numa via rápida, onde falta iluminação e extractores de fumo, é um cocktail para uma situação muito mais perigosa.
Um incêndio deflagrou, ontem de manhã, num automóvel ligeiro que circulava no
interior do túnel da Quinta Grande (no sentido de Campanário), que, de acordo com os relatos das pessoas, se
encontrava 'às escuras' na altura da ocorrência. O resultado foi uma turista com fractura numa clavícula e mais de dezena e meia de
intoxicados devido à inalação de fumo, e dezenas de pessoas em fuga "às escuras" por um 'labirinto' de carros entretanto
abandonados.
Dos responsáveis nem uma palavra. Nem da
Vialitoral, nem do Governo Regional. Ninguém assumiu explicações sobre a
falta de luz nem do não funcionamento dos extractores de fumo num túnel
com quase um quilómetro de extensão. Apenas no final da tarde a Vialitoral emitiu um comunicado onde
informava que estavam repostas as condições de circulação e prometia um
"rigoroso apuramento das causas e circunstâncias que envolveram esta
ocorrência".
E tudo se resume à falta de dinheiro do Governo Regional e à sua incapacidade de fazer concluir as obras que iniciou e quis concluir, muitas vezes antes de estarem totalmente aptos para a circulação de veículos, e tudo por razões eleitorais.
E não deixa de ser paradigmático que a Madeira, a região da
União Europeia com mais túneis por área, seja confrontada com a
impossibilidade financeira de poder dotar a sua mais moderna rede
rodoviária regional com os equipamentos de protecção e segurança
previstos na lei. Com as consequências que vão ora surgindo...
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