Em Abril deste ano foram descobertos destroços de uma nau portuguesa do século XVI, durante uma prospecção de diamantes pelo consórcio NAMDEB, formado pelo governo da Namíbia e pela diamantífera sul-africana De Beers. Os arqueólogos portugueses indicam-na como uma nau da rota das Índias que terá partido de Lisboa em direcção à Índia mas, ao contrário do que chegou a ser divulgado, não se trata da caravela de Bartolomeu Dias.
O espólio encontrado nos destroços da nau inclui objectos de ouro, prata, cobre e marfim, além de astrolábios e instrumentos de navegação quinhentistas, canhões e respectivas balas. Mais de 2.300 peças de ouro pesando cerca de 21 quilogramas e 1,5 quilogramas de moedas de prata foram encontradas a bordo, num valor de mais de 100 milhões de dólares. Se economicamente o valor do espólio está determinado, o valor cultural desta descoberta não tem preço.
Infelizmente, a Namíbia não ratificou a Convenção Sobre a Protecção do Património Cultural Subaquático, pelo que o espólio encontrado pertence na totalidade àquele país. Isto significa que Portugal terá que, em conjunto com as autoridades namibianas, desencadear um processo bilateral para recuperar o achado. O chefe da diplomacia da Namíbia visitará Portugal em breve e um dos temas da deslocação será o achado arqueológico subaquático da nau portuguesa, confirmou Paula Fernandes dos Santos, secretária de Estado da Cultura portuguesa. Mais informações acerca do espólio e da sua importância histórica serão dadas em conferência de imprensa, a realizar no Palácio Nacional de Ajuda no próximo dia 17.
Portugal tem de accionar todos os meios legais possíveis, e não se poupar as esforços para recuperar algo que é seu património histórico, que é seu passado. É uma questão de identidade. É um tesouro nacional.
1 comentário:
Ironia do destino, vivi na Namibia
em 1982 e conheci um criador de gado Madeirense que tinha uma quinta, e uma grande caravela onde tinha é quartos e um bar e salao para receber os amigos, deviamos fazer como os Egypcios fizeram pois teem recuperado muito material historico
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