sexta-feira, outubro 10, 2008

Um tesouro nacional

 


Em Abril deste ano foram descobertos destroços de uma nau portuguesa do século XVI, durante uma prospecção de diamantes pelo consórcio NAMDEB, formado pelo governo da Namíbia e pela diamantífera sul-africana De Beers. Os arqueólogos portugueses indicam-na como uma nau da rota das Índias que terá partido de Lisboa em direcção à Índia mas, ao contrário do que chegou a ser divulgado, não se trata da caravela de Bartolomeu Dias.


O espólio encontrado nos destroços da nau inclui objectos de ouro, prata, cobre e marfim, além de astrolábios e instrumentos de navegação quinhentistas, canhões e respectivas balas. Mais de 2.300 peças de ouro pesando cerca de 21 quilogramas e 1,5 quilogramas de moedas de prata foram encontradas a bordo, num valor de mais de 100 milhões de dólares. Se economicamente o valor do espólio está determinado, o valor cultural desta descoberta não tem preço.


Infelizmente, a Namíbia não ratificou a Convenção Sobre a Protecção do Património Cultural Subaquático, pelo que o espólio encontrado pertence na totalidade àquele país. Isto significa que Portugal terá que, em conjunto com as autoridades namibianas, desencadear um processo bilateral para recuperar o achado. O chefe da diplomacia da Namíbia visitará Portugal em breve e um dos temas da deslocação será o achado arqueológico subaquático da nau portuguesa, confirmou Paula Fernandes dos Santos, secretária de Estado da Cultura portuguesa. Mais informações acerca do espólio e da sua importância histórica serão dadas em conferência de imprensa, a realizar no Palácio Nacional de Ajuda no próximo dia 17.


Portugal tem de accionar todos os meios legais possíveis, e não se poupar as esforços para recuperar algo que é seu património histórico, que é seu passado. É uma questão de identidade. É um tesouro nacional.

1 comentário:

Unknown disse...

Ironia do destino, vivi na Namibia
em 1982 e conheci um criador de gado Madeirense que tinha uma quinta, e uma grande caravela onde tinha é quartos e um bar e salao para receber os amigos, deviamos fazer como os Egypcios fizeram pois teem recuperado muito material historico