sexta-feira, setembro 12, 2008

Crónica no DN

 
Passado quase um ano de sabática, voltei às habituais crónicas mensais no Diário de Notícias da Madeira. Hoje foi publicada a primeira. Cá vai.



Uma questão de nervos


O que define um campeão? Títulos. Vitórias. Mas o que realmente o distingue dos outros? O que distingue um atleta como Michael Phelps, Roger Federer, Michael Schumacher ou o Cristiano Ronaldo de todos os outros?


Mais do que os factores genéticos, o treino, em qualidade e quantidade, é decisivo na determinação dos patamares que cada um poderá alcançar. Mas, num mundo cada vez mais homogéneo, com maior ou menor diferença tecnológica, onde todas as equipas e atletas treinam praticamente ao mesmo nível os aspectos físicos, tácticos e técnicos, a diferença terá que residir nos factores mentais. Já não bastam as capacidades físicas ou técnicas para vingar no desporto de alto nível. Objecto de estudo dos especialistas de alto rendimento, particularmente através da introdução da Psicologia do Desporto no regime de treino dos atletas, o corpo de um campeão é uma máquina capaz de ser afinada ao mais ínfimo pormenor. A capacidade psicológica, a vontade de ser superior ao adversário, o equilíbrio mental, nos bons ou maus momentos, a capacidade de superação são factores que marcam a diferença entre um bom atleta e um Campeão. Fisicamente é um topo de gama. Mentalmente tem de ser uma fortaleza.


Esta reflexão obriga-nos a olhar para os recentes fracassos da participação portuguesa nos Jogos Olímpicos ou mais recentemente da selecção de futebol sub-21 de Portugal. Um défice de atitude, de vontade e de crer. Em crónico sub-rendimento. Que sirva de lição.


PS. Boa sorte ao Marítimo na Taça UEFA. As exigências são mínimas e as expectativas reduzidas. Por isso o Marítimo não tem nada a temer. Muito menos a perder. Suem a camisola. E depois… quem sabe?.



Publicado no Diário de Notícias, secção Desporto, no dia 12 de Setembro de 2008.

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