Foi com enorme pesar que ouvi a notícia de que a revista "PREMIERE" será, nas palavras do seu director/editor-chefe, José Vieira Mendes, "descontinuada", sendo a edição deste mês a última!
Segundo avança JVM, a decisão de a PREMIERE ser descontinuada, deve-se "ao facto da Hachette, agora Lagardère Global Media, ter tomado a decisão de abandonar os seus negócios em Portugal, vendendo os seus principais títulos Elle e Ragazza, à RBA Editores", sendo que "a PREMIERE nem constou desse pacote de cedência de títulos, já que é aparentemente intenção do grupo francês descontinuar todas as edições internacionais em papel, como já aconteceu com a PREMIERE (EUA) que apenas se mantêm on-line". A outra justificação avançada para a descontinuidade da "PREMIERE" portuguesa foi o alegado elevado custo do título, "que não se coaduna com a sua rentabilidade".
É verdade que o mercado português é ingrato no que toca a revista de especialidade (que não seja "cor-de-rosa"). E no que concerne a revistas de cinema, há uma espécie de maldição, com que faz que sejam poucas e que durem pouco tempo. Também igualmente me parece lógico, do ponto de vista comercial, que um produto que dê prejuízo seja retirado do mercado.
No entanto, segundo os últimos dados do APCT, a circulação total da PREMIERE é de 18.180 exemplares e as vendas na ordem dos 16.913 exemplares, o que corresponde a uma audiência de 78.000 leitores, o que para a largura do mercado português, corresponde a um feito. Pelo que, é de louvar a longevidade da carreira da PREMIERE e a sua luta pela sobrevivência num dos mais duros mercados do mundo (sobretudo pela sua insensibilidade).
Lamento esta situação, não só pela incompreensão dos seus proprietários, mas por toda a equipa que a geriu, e que, desde o seu início se empenhou para que todos os meses a PREMIERE chegasse às bancas, recheada de um inesgotável profissionalismo e dedicação. A PREMIERE é uma revista portuguesa, que não vive à custa de traduções das suas congéneres estrangeiras, e que sempre se pautou por um equilíbrio entre a qualidade, as características específicas do mercado português e uma grande diversidade de opiniões.
Muitos foram os nomes que passaram pela revista, desde o Nuno Markl, o Rui Tendinha, o José Mourinha, e muitos outros, que tornaram a revista num ícone do cinema em Portugal. Com o seu desaparecimento, a PREMIERE deixa um enorme vazio no mercado da especialidade e milhares de leitores desolados. O único alento é que do fim da PREMIERE, nasça uma nova solução, totalmente portuguesa e não dependente de capitais estrangeiros, que, com o "know-how" dos ex-Premerianos, possa preencher o lugar que agora fica desocupado.
Veja aqui as opiniões de José Vieira Mendes e de Nuno Markl, com uma confissão bastante interessante deste último.
Só a título de curiosidade, o mestre Criswell não morre com o encerramento da revista e, continuará, directamente do seu caixão equipado com tecnologia de ponta, a divagar ao longo dos dias e a responder às questões dos seus leitores de sempre!
Segundo avança JVM, a decisão de a PREMIERE ser descontinuada, deve-se "ao facto da Hachette, agora Lagardère Global Media, ter tomado a decisão de abandonar os seus negócios em Portugal, vendendo os seus principais títulos Elle e Ragazza, à RBA Editores", sendo que "a PREMIERE nem constou desse pacote de cedência de títulos, já que é aparentemente intenção do grupo francês descontinuar todas as edições internacionais em papel, como já aconteceu com a PREMIERE (EUA) que apenas se mantêm on-line". A outra justificação avançada para a descontinuidade da "PREMIERE" portuguesa foi o alegado elevado custo do título, "que não se coaduna com a sua rentabilidade".
É verdade que o mercado português é ingrato no que toca a revista de especialidade (que não seja "cor-de-rosa"). E no que concerne a revistas de cinema, há uma espécie de maldição, com que faz que sejam poucas e que durem pouco tempo. Também igualmente me parece lógico, do ponto de vista comercial, que um produto que dê prejuízo seja retirado do mercado.
No entanto, segundo os últimos dados do APCT, a circulação total da PREMIERE é de 18.180 exemplares e as vendas na ordem dos 16.913 exemplares, o que corresponde a uma audiência de 78.000 leitores, o que para a largura do mercado português, corresponde a um feito. Pelo que, é de louvar a longevidade da carreira da PREMIERE e a sua luta pela sobrevivência num dos mais duros mercados do mundo (sobretudo pela sua insensibilidade).
Lamento esta situação, não só pela incompreensão dos seus proprietários, mas por toda a equipa que a geriu, e que, desde o seu início se empenhou para que todos os meses a PREMIERE chegasse às bancas, recheada de um inesgotável profissionalismo e dedicação. A PREMIERE é uma revista portuguesa, que não vive à custa de traduções das suas congéneres estrangeiras, e que sempre se pautou por um equilíbrio entre a qualidade, as características específicas do mercado português e uma grande diversidade de opiniões.
Muitos foram os nomes que passaram pela revista, desde o Nuno Markl, o Rui Tendinha, o José Mourinha, e muitos outros, que tornaram a revista num ícone do cinema em Portugal. Com o seu desaparecimento, a PREMIERE deixa um enorme vazio no mercado da especialidade e milhares de leitores desolados. O único alento é que do fim da PREMIERE, nasça uma nova solução, totalmente portuguesa e não dependente de capitais estrangeiros, que, com o "know-how" dos ex-Premerianos, possa preencher o lugar que agora fica desocupado.
Veja aqui as opiniões de José Vieira Mendes e de Nuno Markl, com uma confissão bastante interessante deste último.
Só a título de curiosidade, o mestre Criswell não morre com o encerramento da revista e, continuará, directamente do seu caixão equipado com tecnologia de ponta, a divagar ao longo dos dias e a responder às questões dos seus leitores de sempre!
4 comentários:
RIP.
Adeus. Vou sentir a falta desta grandiosa revista.
Pelo menos o Criswell continuará.
Já vos tinha avisado desta triste notícia. Corre um rumor que consiste na eventual criação de uma outra revista da especialidade mas cujo o nome não poderá ser o mesmo da extinta.
Já agora; estou a criar um blog - intimista - sobre música. (Quebra Gelo Nas Festas)
Pois era... espero que efectivamente apareça mesmo uma alternativa... totalmente portuguesa!
PS. O novo blog já está anotado! ;)
É uma grande tristesa de facto... principalmente para um leitor assiduo como eu que de todos os numeros, só me falta o 2º e guardo todas as outras edições "religiosamente". não consigo arranjar o dito numero em falta mas pior que isso é ver o fim da "biblia" portuguesa do cinema morrer quase quase no nº100 e um mês antes de fazer 8 anos.
Resta esperar que todos os seus magnificos profissionais, continuem o seu trabalho com uma publicação nova e de igual teor e profissionalismo.
Um bem haja a todos eles
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