sábado, setembro 15, 2007

No mínimo... surreal


Quinta-feira passada um homem morreu "poucos minutos" após entrar no hospital de Ponte de Lima. Enfatizo "poucos minutos" já que a ambulância que o transportava ter estado parada cerca de 20 minutos à ordem da Brigada de Trânsito, em plena A-28.

O ora falecido, com 54 anos, sentiu um forte dor no peito (enquanto vivo, é claro!), e devido ao seu estado preocupante, foi transportado de urgência do centro de saúde em Arcos de Valdevez para o hospital de Ponto de Lima. Esta viagem em condições normais duraria 15 minutos. O problema é que, durante o percurso, a ambulância foi obrigada a parar pela Brigada de Trânsito da GNR, alegadamente por circular com as luzes de emergência ligadas. E eu que pensei que era exactamente para isso que as ambulâncias tinham aquelas luzinhas tão engraçadas em cima...

Como se não bastasse, pediram documentos, fizeram o teste de alcoolemia por duas vezes ao condutor e perderam-se em formalidades, retendo ali a ambulância por um período aproximado de 20 minutos. E isto apesar de os agentes terem sido alertados pelo condutor de que na ambulância viajava um doente urgente.

Os agentes da BT (possivelmente fãs da série House M.D., fazendo jus ao lema que "todos os doentes mentem"), seguiram a ambulância para se assegurar, junto do hospital, se o caso era urgente ou não, e decidir se autuavam ou não pela utilização das luzes de emergência. É o que dá não ter mais nada para fazer...

Acabaram por não autuar. Ah! É verdade. O homem faleceu pouco tempo depois de ter entrado no hospital.

Nota: será que os espanhóis não querem mandar uma percentagem do fundo para o desenvolvimento para cá, para ver se cresce algum cérebro nas cabeças de algumas pessoas neste país...

3 comentários:

amsf disse...

Caso tivessem optado por autuar também poderiam optar por enviar a multa para o falecido. Afinal foi por casa dele que os bombeiros transitavam com as luzes de emergência a funcionar!

Anónimo disse...

tamos em Portugal...tudo acontece, o que é lamentável

Rui Caetano disse...

O preciosismo levado ao expoente máximo. Uma vergonha.