Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência, para participar no encontro "Família e Escola: um espaço de convivência", dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.Não sou educador, nem psicólogo, mas há muito que venho dizendo isto. Em conversas com amigos ou profissionais do ramo, o "desligar" dos pais tem sido normalmente apontado como a grande mal social dos dias actuais.
Hoje em dia, as crianças não encontram em casa a figura de autoridade que, quer queiramos quer não, é um elemento fundamental para o seu crescimento. As famílias mudaram e hoje o único meio de aprendizagem diário com que muitas crianças contactam é a televisão ou a internet, que está sempre em casa.
Derivado da sua ausência, os pais continuam a não querer assumir qualquer autoridade, preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos seja alegre e sem conflitos, empurrando desta forma o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores. No entanto, quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, são os próprios pais que não exerceram essa autoridade sobre os filhos, que tentam exercê-la sobre os professores.
Os pais têm de compreender que disciplina e educação começa em casa. A escola é um local de aprendizagem técnica e parte social. É apenas parte da moldura da personalidade da criança. Deste modo, a transferência da responsabilidade parental retira aos pais a possibilidade para, mais tarde, protestar e exigir dos outros. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar.
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