sábado, outubro 07, 2006

Mais professores para o mundo


A UNESCO disse hoje que o mundo vai precisar de 18 milhões de novos professores até 2015 e instou as autoridades a promoverem o respeito pelos educadores, de modo a aumentar o perfil da profissão prevenindo que no futuro haja falta destes docentes.

Segundo dados da UNESCO, é na África Sub-Sariana que há mais falta de professores, que terá que aumentar a sua força docente em 68% até 2015. No Sul da Ásia e no Médio Oriente, vão ser necessários mais 325 mil professores. A América do Norte e a Europa Ocidental também vão ter no futuro falta de professores. “Os professores mais velhos estão a reformar-se enquanto os novos estão menos preocupados com um carreira de longo prazo no ensino”, aponta o director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura.

É curioso que, numa altura de grande debate sobre a profissão, onde claramente há excedentes, em particular no nosso país, que surja este alerta ao mundo. Agora, também temos de perceber que há motivos diferentes por detrás desta possível falta de professores no futuro. Enquanto que os continentes africano e asiático, debatem-se constantemente com falta de condições sociais, conflitos permanentes, que tornam a profissão difícil e perigosa, assistimos na Europa um movimento de descrédito da profissão, resultado de uma maior concorrência entre os próprios professores, com a consequente perda de qualidade.

Em Portugal assiste-se a uma luta aberta entre professores e o governo. Discute-se carreira, mobilidade, colocações, direitos, deveres, etc. A melhoria e qualidade do ensino fica de parte. Assim, cada vez mais temos professores sem qualidade, cientificamente mal preparados, autênticos déspotas na sala de aulas, preocupados em garantir o melhor salário possível, o mais rápido possível. Discute-se quebra de notas, maus resultados, falta de condições, salários congelados, medidas persecutórias, avaliações. Discute-se tudo menos o que mais interessa: os alunos. Especialmente quando no final do dia são estes os mais prejudicados.

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