Há 20 anos atrás, o maior desastre nuclear alguma vez vivido no mundo deixava enlutado um país, que ainda hoje sofre as consequências da radioactividade. Num memorial aos bombeiros que morreram em Chernobyl, na cidade de Slavutich, vários ucranianos acendem velas em homenagem aos seus conterrâneos.
1 comentário:
Chernobyl não "deixou enlutado um país".
A nuvem de poeira radioactiva alastrou-se não só pela Ucrânia e Bielorrússia, mas por toda a Europa de Leste, do Norte e chegou até à França, deixando consequências por muitos séculos e que não sabe ainda qual a sua extensão. "Só" demoram 250.000 anos a perder a carga radioactiva...
No dia deste aniversário, vi um documentário no Discovery Channel (canal 26 da Cabo TV Madeirense), com imagens da altura, em que milhares de pessoas tiveram de se sacrificar (e ainda hoje sofrem as consequências disso) para conter os danos causados pela fuga de radioactividade. Uma vez que não conseguiam tirar restos do reactor 4 do telhado do reactor 3 com máquinas (não funcionavam devido à enorme quantidade de poeira radioactiva), tiveram que usar pessoas para esse trabalho. Os soviéticos chamavam-nos liquidadores, mas hoje em dia são conhecidos como bio-robots. E sem protecção decente.
Foi graças a esses desconhecidos que foi possível construir o sarcófago que cobriu o reactor número 4. Sarcófago esse, que já está cheio de fissuras e deixa fugir a radioactividade. E parece que o telhado corre o risco de se desmoronar, expandindo o terror nuclear.
Era suposto esse sarcófago durar 20 anos (agora dizem que aguenta 30) e ninguém se interessa em construir um novo. A ONU diz estar a fazer os "cálculos necessários".
Mas tanto a URSS como o mundo ocidental tentaram esconder os números da tragédia. Segundo a ONU, o acidente causou, directa e indirectamente, 4 mil mortos (depois admitiram números maiores; 40.000, se não estou em erro). Vários estudos falam em 193.000 mortos de Chernobyl, entre os quais os da Greenpeace.
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