segunda-feira, novembro 14, 2005

Carta aberta ao Dr. Maximiano Martins

Vale a pena ler...


"No dia 10 de Novembro, o Dr. Maximiano Martins revelou aos madeirenses a sua verdadeira face política.

E isto tem de ser dito alto e em bom som, sem quaisquer hesitações ou margem para dúvidas: Dr. Maximiano Martins você defraudou os madeirenses, vedou-lhes o acesso a uma fatia importante do seu futuro, ajudou a apagar a luz no fundo do túnel. E em nome de quê, em nome de quê Dr. Maximiano? Em nome da sua cegueira político-partidária você voltou as costas ao povo que o elegeu.

No passado dia 10 de Novembro, o Dr. Miguel Frasquilho apresentou, no parlamento, uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2006 que possibilitaria a aplicação de uma taxa de IVA mais reduzida na Madeira para as actividades da economia do conhecimento. Esta proposta teria o efeito prático de transformar a Madeira na região da Europa com as condições mais atractivas para o estabelecimento de empresas de e-commerce de países terceiros. E ninguém nos poderia imitar, pois Portugal é o único país que, pelo tratado de adesão à União Europeia, tem a possibilidade de aplicar taxas de IVA abaixo dos 15% em algumas zonas do seu território: as Regiões Autónomas.

Ao recusar sumariamente esta proposta, na sede onde a mesma poderia e deveria ser discutida, ponderada e aprovada, o Dr. Maximiano Martins, supostamente um madeirense, condenou-nos.

Condenou-nos a voltar as costas a este momento histórico, a esta possibilidade única e irrepetível de transformar a Madeira num centro de excelência para empresas de e-commerce e telecomunicações, condenou-nos a um futuro de pedreiros, empregados de bar e recepcionistas (sem qualquer ofensa para os que dignamente exercem estas funções), quando poderíamos ambicionar a cargos de engenheiros de informática e telecomunicações e a posições de gestores de topo em empresas internacionais.

Dr. Maximiano Martins, no dia 10 de Novembro você colaborou na hipoteca do futuro dos nossos filhos e por isso eu responsabilizo-o politicamente. Nesse dia, em nome da voracidade da sua ambição política, você desbaratou uma oportunidade histórica para a vida de milhares de jovens madeirenses, e por tal o futuro há-de julgá-lo.

A política é um campo de batalha, nele muita coisa é válida, mas sacrificar todo um povo em nome da luta pelo poder, não é aceitável. É execrável. E os que praticam tais actos têm de ser censurados através dos meios que assistem aos verdadeiros detentores do poder democrático."

Leonel Silva - Cartas do Leitor, Diário de Notícias Madeira, 2005/11/14

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