Inicia-se hoje o processo de um anestesista espanhol acusado de ter transmitido o vírus da hepatite C a 276 dos seus pacientes. Após sete anos de inquérito, Juan Maeso, de 60 anos, é finalmente julgado, naquele que é considerado um dos maiores escândalos de saúde pública ocorridos em Espanha. O Ministério Público de Valência exige uma pena de 2214 anos de prisão.
A acusação sustenta que o anestesista se injectava com o mesmo material que utilizava para anestesiar os seus pacientes. A partilha de seringas por toxicómanos é o principal modo de transmissão da hepatite C, que já contaminou 170 milhões de pessoas. O advogado de defesa, Francisco Davo, afirma que fizeram de Juan Maeso um bode expiatório do "falhanço do sistema epidemiológico regional", do qual Maeso "não será apenas mais do que uma vítima".
Entretanto, o Estado espanhol já pagou 180.000 euros de indemnização a cada paciente que contraiu hepatite C e 360.000 euros às famílias dos que não sobreviveram à doença.
Juan Maeso foi suspenso das suas funções e vive actualmente na miséria. Antes do escândalo, gozava de uma excelente reputação. Anestesiou 40.000 pacientes e a grande precisão das suas dosagens valeu-lhe a alcunha de "mãos de porcelana", entre os seus pares no hospital de Valência.
fonte: PUBLICO
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