Lendas urbanas, mitos urbanos ou lendas contemporâneas são pequenas histórias de carácter fabuloso ou sensacionalista amplamente divulgadas de forma oral ou escrita, através de e-mails ou da imprensa, e que constituem um tipo de folclore moderno. São frequentemente narradas como sendo factos acontecidos a um "amigo de um amigo" ou de simples conhecimento público.
Muitas delas já são bastante antigas, tendo sofrido apenas pequenas alterações ao longo dos anos. Muitas foram mesmo traduzidas e incorporadas noutras culturas. Outras dessas histórias têm origem mais recente, como as que dão conta de homens seduzidos e drogados em espaços de diversão nocturna que, ao acordarem no dia seguinte, descobrem que tiveram um de seus rins cirurgicamente extraído por uma quadrilha especializada na venda de órgãos humanos para transplante.
Muitas das lendas urbanas são, na sua origem, baseadas em factos reais mas, geralmente, acabam distorcidas ao longo do tempo. Tem como características essenciais, a forma narrativa (geralmente uma pequena história), a autenticação por meio de testemunhas e provas supostamente existentes, assim como a pessoalização da pessoa que repassa essa mesma história. E com o advento da Internet, muitas lendas passaram a ecoar de maneira tão intensa que se tornaram praticamente universais.
Há uma em particular que eu tomei conhecimento recentemente que achei um "amor". Como me chegou as mãos (ao "pc") sem nome, decidi baptiza-la por "A Velhota do Cruzeiro".
Esta história segue o relato de um casal que viajava pelo mediterrâneo a bordo de um transatlântico da empresa "Princess". Durante a viagem este casal reparou numa velhota que viajava sozinha. Mas o que lhe chamou mais à atenção foi o facto da tripulação do navio a tratar como se fosse uma velha conhecida. Questionaram o "garçon" sobre a identidade daquela senhora, perguntando inclusive se seria a dona do cruzeiro, ao que respondeu que não, que era apenas uma cliente que viajava habitualmente com eles.
O tal casal (sem nome), curiosos, mais tarde abordaram a senhora, cumprimentando-a e em conversa lançaram a pergunta que os roía: "porque é que uma senhora com aquela idade, andava por ali, ainda por cima sozinha".
Eis a explicação da senhora: "É que sai mais barato que um asilo para velhos nos Estados Unidos. Não ficarei num asilo nunca e de agora em diante fico viajando nestes cruzeiros até à morte. O custo médio para se cuidar de um velho nestes asilos é de 200 dólares por dia. Verifiquei com o departamento de reservas da linha "Princess" que posso obter um desconto quando compro os cruzeiros com bastante antecipação mais o desconto para pessoas de mais idade, chegando a 135 dólares por dia.
A viagem me sai 65 dólares diários e mais: pago só 10 dólares diários de gorjetas; tenho mais de 10 refeições diárias se quero ir aos restaurantes, ou posso ter o serviço na minha cabine, o que significa dizer que posso ter o café da manhã na cama, todos os dias da semana; o barco tem 3 piscinas, um salão de ginástica, lavadoras e secadoras de roupa grátis, biblioteca, bar, internet, cafés, cinema, show todas as noites e uma paisagem diferente cada dia; creme dental, secador de cabelo, sabonetes e shampoo grátis; uma pessoa é tratada como cliente e não como paciente; conheço pessoas novas a cada 7 ou 14 dias; se cair num asilo de velhos e quebrar a bacia, a única saída é o plano médico. Se cair e me machucar em algum barco da empresa "Princess", vão me acomodar numa suite de luxo o resto da vida."
Bem... não faço ideia se esta história é verdadeira ou não. Tentei consultar o site da "
Princess Cruise Travels", mas tudo funcionava menos a indicação dos preços! Será que eles também já leram esta história?
A verdade é que um asilo móvel, que nos leva a viajar pela pela América do Sul, Canal do Panamá, Tahiti, Caraíbas, Austrália, Mediterrâneo, Nova Zelândia, pelos Fjords, pelo Nilo, pelo Rio de Janeiro, parece-me uma ideia muito interessante. Muito mesmo...