sexta-feira, julho 15, 2005

Harry Potter nas bancas!

"The Half Blood Prince" chega hoje às livrarias

O sexto livro da série Harry Potter é hoje lançado a uma escala planetária, embora a edição que chega ao mercado seja a inglesa. As encomendas bateram recordes. Em Portugal, as livrarias também abrem a partir da meia-noite de hoje para os que não querem esperar até Outubro pela tradução.

"Harry Potter and the Half-Blood Prince", o sexto e penúltimo volume do fenómeno editorial criado pela britânica J.K. Rowling, que é hoje lançado, a partir da meia-noite. Apesar de a edição ser a original, em inglês, e dirigida sobretudo ao mercado anglo-saxónico - a versão portuguesa está prevista só para Outubro -, o lançamento é feito a uma escala planetária, graças às encomendas pela Internet, que registaram um novo recorde, e às livrarias que, em Portugal e um pouco por todo o mundo, abrem as suas portas à meia-noite de hoje para quem não quiser esperar pela tradução.

Fenómeno editorial único

Não há nenhum fenómeno editorial como este: os cinco primeiros volumes venderam, em todo o mundo, 275 milhões de exemplares, as pré-encomendas do sexto volume na Amazon, a maior livraria online, fixaram esta semana um novo recorde, de 1,4 milhões (o anterior pertencia a Harry Potter e a Ordem da Fénix, o quinto da série, lançado em Junho de 2003). As tiragens de "Half-Blood Prince" nos Estados Unidos chegariam para toda a população portuguesa - 10,8 milhões de exemplares -, e a Barnes & Noble, a maior cadeia de livros americana, espera vender 50 mil cópias nas primeiras 24 horas após o lançamento. "Menos de um por cento dos livros publicados vendem tanto em toda a sua existência", afirmou Steve Riggio, director executivo da Barnes & Noble, ao "The New York Times".

Estratégia de anti-marketing

Esta semana, baseando-se num novo livro que analisa a estratégia promocional da série, Wizard! Harry Potter"s Brand Magic, de Stephen Brown, o "Financial Times" sugeria que o sucesso tem muito a ver com um fenómeno que é quase anti-marketing. Rowling, nota, praticamente não promove os livros e as editoras britânica e americana zelam por um secretismo feroz antes do livro sair. As cópias de cada novo volume são armazenadas em locais secretos, as lojas que no passado não respeitaram o embargo até ao lançamento oficial são penalizadas, dois homens foram detidos no Reino Unido o mês passado por tentarem vender uma cópia roubada do novo livro a um tablóide, um site da Internet que disponibilizou o que dizia ser uma versão electrónica do livro foi encerrado.

Este policiamento devotado à produção e distribuição de cada novo Harry Potter deriva dos desejos expressos da autora, que defende que todas as crianças devem ter acesso e ler o livro ao mesmo tempo. Mas é também, segundo o "Financial Times", o que torna o fenómeno tão apelativo, contribuindo para aumentar as expectativas e fazer de cada livro um acontecimento muito antes de chegar às livrarias.

No dia em que o anterior "Harry Potter e a Ordem da Fénix" foi lançado, venderam-se cinco milhões de exemplares nos EUA e 1,8 milhões no Reino Unido - sem que nenhuma crítica do livro ou a mais pequena revelação sobre o enredo tenham sido publicadas. E quem precisa delas? A única entrevista a J.K. Rowling na televisão britânica será conduzida, amanhã, por um fã adolescente, eleito entre milhares de candidatos, e a autora dá uma conferência de imprensa para 70 crianças, no domingo. Adultos não entram. Jornalistas também não.

fonte: PUBLICO

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