segunda-feira, março 31, 2008

Ressonância Schumann


Imagem cortesia da "Earth Sciences and Image Analysis Laboratory", NASA Johnson Space Center


Alguma vez tiveram aquela sensação de que o tempo passou a correr? Claro que sim! Todos já a experimentamos. Ainda há pouco estávamos no Carnaval. Ontem foi Páscoa e já caminhamos para as férias de Verão e em breve, Natal. Este sentimento é ilusório ou tem base real?


Um físico alemão, de nome Winfried Otto Schumann, calculou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância, mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Segundo Schumann, esta ressonância funciona como uma espécie de "marca-passo", responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum a todas as formas de vida. Esta passou a ser conhecida como a "Ressonância Schumann", em homenagem ao físico alemão.


Vários estudos mais tarde confirmaram que todos os vertebrados, bem como o nosso cérebro, são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz. Empiricamente fez-se a constatação de que possivelmente poderíamos não ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Foram feitos vários testes com os astronautas, que em razão das viagens espaciais, saiam fora da ressonância Schumann, e foram registados os seus desiquilíbrios. Quando regressados aos valores da biosfera terrestre, aparentemente recuperavam o seu balanço e registos naturais. Desde então várias estações em todo o mundo têm vindo a recolher dados sobre as variações da ressonância de Schumann.


Mas para podermos perceber melhor esta teoria da ressonância e do equilíbrio da biosfera, temos de ter noção de outra teoria denominada de "Teoria de Gaia", que defende que o planeta Terra é um ser vivo. A hipótese, apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, postula que a biosfera do planeta é capaz de gerar, manter e regular as suas próprias condições de meio-ambiente. Apesar de vista inicialmente com descrédito pela comunidade científica internacional, e apenas aceite por grupos ecológicos, místicos e alguns pesquisadores, com o fenômeno do aquecimento global e a crise climática no mundo, a hipótese tem vindo a ganhar credibilidade entre os cientistas.


E foi já na década de 90, através dos trabalhos sobre a Ionosfera dos cientistas Sentman e Fraser, que se passou a relacionar as duas teorias. Ao longo dos anos as "batidas do coração" da Terra registavam uma frequência de pulsações constante e a vida aparentemente se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Acontece que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada na década seguinte, a frequência tem vindo a subir gradualmente de 7,83 para 11 e para 13 hertz.


Coincidentemente, vários desequilíbrios ecológicos têm vindo a se fazer sentir: desde o aquecimento global a perturbações climáticas de vária ordem, maior actividade dos vulcões e movimento das placas tectónicas. Também a nível social temos vindo a registar alterações, com um acentuar de um crescimento gradual de tensões e conflitos no mundo, bem como um aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros.


Alguns partidários da "Teoria de Schumann" e da "Teoria de Gaia" concluem que, devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas (os cálculos são complexos e confusos para mim, pelo que deixo apenas o resultado final). Em consequência defendem que a percepção de que tudo está passando muito rápido não é, de facto, ilusória, mas terá base real nesse transtorno da ressonância Schumann.


No meio disto tudo, concluem ainda que a Terra, esse superorganismo vivo que é o nosso planeta, está em busca da recuperação do seu equilíbrio natural, como aparentemente o faz há milhões de anos. O problema é que essa auto-regulação (que alguns defendem já estar a atingir picos de não retorno - leia-se o excelente livro "O Sétimo Selo" de José Rodrigues dos Santos), poderá ter um preço incalculável para a nossa actual biosfera e consequentemente para todas as criaturas vivas do planeta, em particular os seres humanos.


Não querendo aqui abrir espaço para grupos esotéricos e/ou futuristas de cenários catastróficos do fim dos dias, não deixa de ser importante revermos a nossa posição enquanto espécie neste planeta, tendo sempre em mente que somos mero hóspedes e que se dermos cabo da nossa casa, não teremos outra para viver.

9 comentários:

ed disse...

shumann

rentroia disse...

Necessário o pronunciamento dos Doutores cientistas para tão interessante assunto.

Raquel disse...

Esse artigo está escelente! Faz tempo não leio uma explicação clara e coerente a respeito desse assunto de fundamental importância para nossa vida. Tenho procurado pesquisar o assunto, mas não sou da área específica. Só sei que realmente existem vínculos entre a teoria de schumann e Teoria de Gaya. Faz sentido. Sei também que há muitas pessoas sentindo que há algo diferente "no ar", que as coias não estão "no seu devido lugar". Todos afirmam que estamos em uma fase de transição. Como não gosto de esoterismos, vejo aqui um lugar para troca de idéias e de informações para que possamos nos manter atualizados a respeito do que está por vir.
Pergunto: haveria possibilidade da Pangéia passar por nova divisão? Ou seja, dos continentes estarem passando por um processo de separação de placas tectônicas, gerando uma nova configuração dos continentes?
Gostaria de trocar idéias a esse respeito!

Raquel disse...

Quero apenas corrigir alguns erros de digitação: excelente (e não escelente...), coisas (e não coias)

Ricardo disse...

Queridos Irmãos, investiguem se há verdade nisso tudo, pois já não sei o que pensar.

Prof. Geraldo disse...

Achei muito bom o estudo sobre a parte física da ressonancia Schumann feita pelo autor: Mario Barbati.
Achei inaceitável que o autor tenha iniciado o texto de forma tão metodológica e derepente tenha "enlouquecido" para defender suas idéias.
Acredito que Mario Barbati foi muito infeliz ao não fazer nenhuma indicação científica para as "suas afirmações".
Se procurasse as razões para as suas afirmações "negativas ao texto de Boff", de certto que nos encantaria com as medições das frequências cerebrais humas e o efeitos de cada uma, já há muito estudadas e comprovadas.
Submeteria aos leitores as indagações sobre a verdade de serviços de empresas que prometem Realinhar nossos cérebros fazendo "ressonâncias Sonoras" com frequências que acompanham às que fazem nosso cérebro funcionar ( eletricamente, físicamente).
Traria aos leitores os estudos de LASAVOV que comprovam o envolvimento do cérebro com a exposição a frequencias diversas contidas em músicas ( SOM sem Letras).
Poderia nos trazer informações sobre a realidade das mensagens subliminares que estamos evitando a todo custo que voltem a se repetir comercialmente.
De certo poderia também indicar-nos algumas empresas que vendem produtos capazes de realizar a ressonância, indicada por Boff, da frequencia de 7,83Hz apenas pelo "som" ( aplicando as teorias de Lasavov e de Lovelock (Gaia), apoiados em Schumann).
Foi uma pena que ao invés disto limitou-se a nos dizer que "Não é necessário ser um cientista para ir até o site da Nasa".
O autor procurou diminuir os valores dos conceitos físicos apresentados para que nós não perguntassemos as origens de suas afirmações, que foram pessoais, sem "fundamento científico".
Minha sugestão é a de que busquemos o resto da história.
Quem quizer saber leia mais, Lovelock, Lasavov, Schumann. O texto de Boff não tem fundo científico, apenas jornalistico, descrevendo o que são os fatos atuais e levantando o questionamento sobre as suas causas.
Nosso querido Frei nos deu ainda uma "pista" em Schumann. Lembrem-se que este texto foi escrito em um jornal e não em um centro de discussões científicas. Foi para o povo.
Eu estudo a teoria do CAOS, em que tudo que existe está conectado e se ajusta conforme os movimentos individuais, com pressões de externalização de cada elemento e pressões de internalização vindas do meio.
Acho justo que nesta busca por equilíbrio cada coisa dê o "seu jeito" de se encaixar no universo. Criando formas de "ressoar" suas necessidades e disponibilidades. Se não conseguir "andar junto", sincronismo, estará fadado a desaparecer da história. Como em qualquer vagão do metrô indo pro centro da cidade às 06:30 hs. da manhã.
A todos os colegas buscadores de conhecimentos, boas pesquisas.
E não se esqueçam que " A verdade só dá para conhecer amanhâ, aquele de hoje só serviu até hoje".

f_u disse...

Vale apena ressaltar ,que está ressonância se mantem constante,por anos.Girando entorno da banda ELF de freqüência,cerca de 7.5HZ.O que acontece é que especuladores utilizam-se da falta de conhecimento da população para seu proveito próprio,e ai surge mais uma teoria de conspiração.Realizem pesquisas válidas sobre o assunto,e creio que isso não seria possível para Boff, já que este é um teólogo,duvido então que entenda alguma coisa de física concreta.Pessoas interessadas no assunto,estudem a filosofia natural primeiramente,e depois julguem com embasamento científico,tais afirmações.
Espero ter ajudado
Físico

OTAVIO LUIZ disse...

eu acho que é muito quás quas quás, com um monte de termos, teorias e achismos, além de discussões inócuas, para se chegar, ao final, a uma simples conclusão: tá tudo errado e é preciso mudar. não se pode ficar tirando coisas do fundo da terra, q ela levou milênios para produzir, deixar-se vasios nesses lugares, usar o q foi tirado para poluir o planeta, e achar-se que está tudo bem, tudo certo.
é preciso parar tudo e voltar-se a uma vida digna, séria, calma, harmoniosa, em contato total com a natureza, pois é daí que a gente vem e temos que servi-la, cuidá-la e não o contrário. o home, idiota cada vez mais, precisa parar com esse negócio de deus e passar a viver como bicho mesmo que é, seguindo instintos, mantendo a qualidade das coisas, como ar, água, terra, relações, etc... o resto, é apenas resto. não precisamos nem de palavreados rebuscados, nem de altas escolas, nem nada, para sabermos ou aprendermos a viver bem. nem de dinheiro. o viver bem, refere-se à harmonização e qualidade de vida, normal, sem subterfúgios, sem artificialismos, sem querer-se criar coisas diferentes das que a natureza nos disponibiliza... é simples.

micaell disse...

legal