sexta-feira, novembro 04, 2005

As filhas do "Big-Bang"

Cientistas dizem que detectaram o brilho das primeiras estrelas do universo

Uma equipa de cientistas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) acredita ter detectado o brilho das primeiras estrelas do universo, através de imagens captadas pelo telescópio Spitzer, noticia esta semana a revista "Nature".

"Este é, provavelmente, o primeiro indício da sua existência", considera Alexander Kashlinski, astrónomo no Centro Espacial Goddard, da NASA, em Maryland, e um dos autores da descoberta. As estrelas em questão são conhecidas como "População III" e terão sido formadas menos de 200 milhões de anos depois do Big Bang, a explosão que os astrónomos acreditam ter dado início ao universo, há 13,7 mil milhões de anos.

Segundo a "Nature", o interesse nestas estrelas reside no facto de terem tido um papel inicial na longa cadeia de acontecimentos que levaram à formação da vida. "Estas foram as estrelas que, pela primeira vez, enriqueceram as galáxias com os elementos mais pesados, essenciais à vida", disse Kashlinski. Informações sobre estas estrelas poderão ajudar a confirmar ou rejeitar teorias sobre como tudo aconteceu, acrescentou.

Apesar de estarem muito distantes e de serem demasiadamente antigas para serem observadas directamente, os raios que emitiam podem ser recuperados a partir de radiação cósmica infra-vermelha. Richard Ellis, astrónomo do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, ainda é cauteloso sobre se os sinais correspondem de facto às estrelas da "População III". Anteriormente, os astrónomos tentaram detectar estes vestígios, mas fracassaram devido à fraca resolução das imagens. "Estou muito surpreendido por estes vestígios serem tão sólidos", disse, considerando que talvez sejam de algo mais do que antigas estrelas.

Mas Kashlinski contrapõe, dizendo que já estava à espera de vestígios fortes porque as simulações no computador do começo do universo previram que as estrelas da "População III" seriam grandes. Os cientistas acreditam que as estrelas eram centenas de vezes maiores do que o nosso Sol, extremamente quentes e brilhantes, mas com uma duração de vida de alguns milhões de anos.

fonte: PUBLICO

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