quarta-feira, agosto 24, 2005

A carrinha da morte

Uma média de 120 cadáveres de ruminantes recolhidos por dia no Sul do país

A Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS) está a recolher diariamente uma média de 120 cadáveres de ovinos e caprinos nos distritos localizados a sul do Tejo (Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro).

Castro e Brito presidente da ACOS, diz que este número equivale sensivelmente aos pedidos de recolha que são recebidos das explorações associadas e que o aumento no número de mortes de animais "é devido à seca". Peremptório, garante que "há, de facto, falta de alimento para os rebanhos. Não há nada nos campos que eles possam comer", observa.

A alternativa de recurso está na aquisição, no mercado, de palhas e rações. Mas este tipo de alimentação, que se mantém há quase um ano, "está a enfraquecer os animais, pois não ingerem o que precisam para o seu desenvolvimento", acentua Castro e Brito, frisando que muitos dos animais acabam por morrer "devido a carências alimentares".

Em meados de Janeiro último e ao abrigo do Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Ovinos e Caprinos (Sirca) eram contabilizados, diariamente, uma média de 30 animais mortos, na sua maioria devido a carências alimentares. As operações de recolha começaram no passado dia 18 de Outubro e não pararam até agora.

Para ocorrer ao invulgar número de animais mortos, associado ao clima de seca que afecta o Sul do país, foi necessário que a ACOS acordasse com o Ministério da Agricultura a criação do Sirca. As carrinhas especialmente dotadas para o efeito passaram desde então a percorrer diariamente os distritos a sul do Tejo para recolher os cadáveres de animais nas explorações dos associados da ACOS. Razões sanitárias e ambientais justificam a medida, que "responde a obrigações impostas pela União Europeia", sustenta Castro e Brito. As carcaças dos animais estão a ser enviadas para Coruche, onde são incineradas.

fonte: PUBLICO

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