(capa DN-Madeira, 21/05/2012)
Discutiu-se a subida do IVA em seis pontos percentuais como se fosse a coisa mais normal à face da Terra. Como se subir um imposto com repercussões tão directas na vida das pessoas, dos comerciantes e das empresas, fosse algo positivo. Mas não é. E as consequências, com praticamente apenas um mês e meio de "vida", já começam a ser bem visíveis.
A subida da taxa de IVA, se para o Estado é teoricamente uma subida de receita, para todos os outros é uma subida nas despesas. Com consequências bem práticas. Se a receita diminui porque de alguma forma os preços aumentam para compensar o aumento da despesa, a emergência de um ciclo vicioso obriga a medidas que impeçam as pessoas e as empresas de ficarem agarradas. De um lado procura-se a poupança possível, logo reduz-se imediatamente o consumo. Pelas empresas promove-se a imediata redução de custos e de despesas, logo procura-se imediatamente reduzir os encargos com os postos de trabalho. Logo, potencia os efeitos negativos a nível do emprego.
A redução do
número de funcionários e a não renovação dos contratos, se já o vinham sendo antes se por razões diversas, são agora as práticas mais recorrentes. O sector da restauração é o que
mais tem sentido os efeitos do aumento da carga fiscal e é também aquele
onde se tem verificado mais rescisões de contrato e dispensa de
funcionários.
Para já ainda não existem números exactos em relação ao número de
funcionários dispensados ou que não viram os seus contratos a termo
renovados. Contudo, se atentarmos aos números relativos ao desemprego e à destruição de emprego, apresentadas pelo INE na semana passada, é fácil de perceber que o grande quadro é uma visão muito preocupante.
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