quarta-feira, janeiro 30, 2008

A Equação dos 3 Momentos


Em engenharia há um princípio conhecido como a "Equação dos Três Momentos" que, segundo os especialistas, permite o cálculo dos momentos flectores solicitantes nos apoios das vigas contínuas, sendo a sua dedução baseada nas condições de deformação das vigas no regime elástico. Comé?!

Em termos leigos (como se eu percebesse alguma coisa disto), esta teoria desenvolvida pelos engenheiros franceses Clapeyron e Bertot, em meados do séc. XIX, relaciona três momentos flectores de apoios consecutivos numa viga. O que no fundo significa calcular certos pontos de pressão ou esforço na viga, que a força a flectir do seu eixo para cima ou para baixo, de forma a obstar a que a viga não caia ou não parta...

Depois de saber isto, fiquei a pensar como isto é tal e qual a vida. Como, perguntam vocês... Fácil! Imaginem que a viga é a nossa vida. E que os pontos de pressão são aqueles momentos que nos levam para cima e para baixo, e que se não forem bem calculados, tornam a nossa vida menos... atractiva! Tão a ver?

Hoje tivemos três exemplos desses momentos... logo de manhã, um casal de tigres, decidiu fugir da carrinha do Circo Chen que os transportava, e andaram durante mais de 5 horas pela Azambuja, até serem capturados pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)da GNR. Estão a ver o que é sair de manhã de casa e dar de caras com dois simpáticos tigres de 140 quilos, perdidos e confusos na selva urbana? Pura adrenalina. Momento controlado, viga segura.

Também de manhã tomei conhecimento que um tribunal britânico começou a julgar uma menina que filmou uma suposta tentativa de matar os próprios pais, em Cambridge,no Reino Unido. A acusação acusa a adolescente de 16 anos (tinha 15 na altura do incidente) de tentar asfixiar a mãe com um cordão enquanto esta estava no computador, e de atacar o pai com uma tesoura quando este veio em auxílio da mãe. No meio disto tudo há um vídeo filmado pela própria miúda a descrever os planos de assassinato, assim como o seu desapontamento após o fracasso do mesmo. Loucura. Mas, mais uma vez a viga resistiu a um momento de tensão.

Por fim, mas não menos interessante, um cidadão algarvio decidiu pagar 300 euros de Imposto Único de Circulação relativo ao seu barco com moedas de um, dois, cinco e dez cêntimos como forma de protesto pela quase duplicação do valor a cobrar pelas Finanças. E lá entrou o homem pelo Serviço dentro, com um saco de 55 quilos de moedas para proceder à liquidação do imposto. Escusado será dizer que ninguém quis contar a totalidade das moedas, mas lá lhe passaram o recibo de quitação. Nada como reagir com humor à adversidade.

E lá continua a nossa viga, forte e resistente, apesar das pressões do dia.

2 comentários:

Rui Caetano disse...

Bem informado e uma boa reflexão.

Anónimo disse...

Mário, isso cai na prova 6ª?