Desde 1991 que a Somália está em guerra civil e Mogadíscio (onde os americanos apanharam no "pacote" em 93) é considerada uma das cidades mais perigosas de África. E o que fez a ONU sobre isto?
O último relatório da Human Rights Watch é bastante esclarecedor: o silêncio da comunidade internacional é vergonhoso. Os residentes da capital da Somália, Mogadíscio, têm sido alvo no último ano de "inúmeros crimes de guerra", cometidos tanto pelos rebeldes islamistas como pelas forças governamentais e o Exército etíope.
A situação agravou-se desde o início do ano, quando o Exército etíope entrou no país em auxílio do débil governo de transição, acossado pelas milícias islâmicas que no Verão do ano passado tinham tomado a capital. Em escassas semanas, o poderoso Exército etíope assumiu o controlo da quase totalidade do território, reinstalando em Mogadíscio o executivo apoiado pela ONU, mas as milícias islâmicas, que mantêm redutos na capital, continuam a atacar diariamente as forças de segurança e civis.
Todas as partes em conflito demonstram uma indiferença criminosa em relação ao bem-estar dos civis. As maiores atrocidades denunciadas no relatório são imputadas ao Exército etíope, que bombardeou durante longo tempo e sem discernimento zonas residenciais, no assalto que lhes permitiu assumir o controlo da capital. E já depois de controlarem Mogadíscio, os soldados do país vizinho saquearam inúmeros edifícios públicos, incluindo hospitais, e promoveram execuções sumárias de civis.
Já as forças governamentais da Somália revelaram-se incapazes de proteger as populações civis e também elas pilharam propriedades e abusaram dos civis. Os rebeldes promoveram execuções sumárias, incluindo vários casos em que as vítimas terão sido queimadas vivas, e pelo assassinato de dezenas de funcionários governamentais.
E ao contrário da versão oficial, o nível de violência não parou de aumentar desde que o Governo somali se instalou na capital, em Janeiro passado, e as batalhas registadas em Março e Abril já terão provocado entre 400 a 1300 mortos (dados do relatório).
Quando outros se calam e nada fazem felizmente há quem não se cale e denuncie as atrocidades cometidas por esse mundo fora. Este é o trabalho da Human Rights Watch, que apresenta um relatório com uma análise objectiva e imparcial denunciando as várias partes envolvidas no conflito. São estas vozes que devemos ouvir enquanto o silêncio ensurdecedor de outros nos incapacitam de pensar... e enquanto ficamos nós por aqui, a população somali vai morrendo.
Vejam aqui o Relatório da Human Rights Watch.
O último relatório da Human Rights Watch é bastante esclarecedor: o silêncio da comunidade internacional é vergonhoso. Os residentes da capital da Somália, Mogadíscio, têm sido alvo no último ano de "inúmeros crimes de guerra", cometidos tanto pelos rebeldes islamistas como pelas forças governamentais e o Exército etíope.
A situação agravou-se desde o início do ano, quando o Exército etíope entrou no país em auxílio do débil governo de transição, acossado pelas milícias islâmicas que no Verão do ano passado tinham tomado a capital. Em escassas semanas, o poderoso Exército etíope assumiu o controlo da quase totalidade do território, reinstalando em Mogadíscio o executivo apoiado pela ONU, mas as milícias islâmicas, que mantêm redutos na capital, continuam a atacar diariamente as forças de segurança e civis.
Todas as partes em conflito demonstram uma indiferença criminosa em relação ao bem-estar dos civis. As maiores atrocidades denunciadas no relatório são imputadas ao Exército etíope, que bombardeou durante longo tempo e sem discernimento zonas residenciais, no assalto que lhes permitiu assumir o controlo da capital. E já depois de controlarem Mogadíscio, os soldados do país vizinho saquearam inúmeros edifícios públicos, incluindo hospitais, e promoveram execuções sumárias de civis.
Já as forças governamentais da Somália revelaram-se incapazes de proteger as populações civis e também elas pilharam propriedades e abusaram dos civis. Os rebeldes promoveram execuções sumárias, incluindo vários casos em que as vítimas terão sido queimadas vivas, e pelo assassinato de dezenas de funcionários governamentais.
E ao contrário da versão oficial, o nível de violência não parou de aumentar desde que o Governo somali se instalou na capital, em Janeiro passado, e as batalhas registadas em Março e Abril já terão provocado entre 400 a 1300 mortos (dados do relatório).
Quando outros se calam e nada fazem felizmente há quem não se cale e denuncie as atrocidades cometidas por esse mundo fora. Este é o trabalho da Human Rights Watch, que apresenta um relatório com uma análise objectiva e imparcial denunciando as várias partes envolvidas no conflito. São estas vozes que devemos ouvir enquanto o silêncio ensurdecedor de outros nos incapacitam de pensar... e enquanto ficamos nós por aqui, a população somali vai morrendo.
Vejam aqui o Relatório da Human Rights Watch.
2 comentários:
Não é dito que os etiopes entraram na Somália com a benção dos EUA, que estes esporádicamente bombardeiam o país, que o novo regime foi instalado pelos americanos pela mão dos etiopes e que os Tribunais Islâmicos no seu curto governo conseguiram manter a paz e a ordem!
É preciso o relatório dizer isso, na realidade? É facto sobejamente conhecido e habitual. O domínio americano da ONU não é uma coincidência...
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