quarta-feira, dezembro 13, 2006

Um aborto nacional

Os resultados do estudo encomendado pela Associação Portuguesa para o Planeamento da Família (APF) a uma empresa de estudos de mercado (a Consulmark) - e que hoje vão ser apresentados na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa - indicam que cerca de 350 mil mulheres em idade fértil já terão abortado em Portugal.

É o primeiro estudo de base científica que tenta traçar uma fotografia do fenómeno do aborto clandestino em Portugal. E permite perceber, sem margem para dúvidas, a dimensão do problema. Entre 346 e 363 mil mulheres em idade fértil já terão interrompido voluntariamente a gravidez e, só no ano passado, o número de abortos oscilou entre os 17.260 e os 18 mil.

Em contagem decrescente para o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, e a crer nos números da APF, a "fotografia" que daqui resulta põe em causa tanto a imagem de que este fenómeno afecta sobretudo as pobrezinhas e jovenzinhas, como aqueles que defendem que é um problema pouco relevante no panorama nacional.

Mais um número para a polémica ou o espelho de uma realidade escondida?

Sem comentários: