terça-feira, dezembro 13, 2005

DreamWorks vendida

Paramount Pictures compra produtora de Spielberg

Esperava-se que o negócio fosse feito com a NBC Universal, mas afinal foi a Paramount Pictures que chegou a acordo para a compra da Dreamworks, a produtora cinematográfica criada pelo realizador Steven Spielberg, o antigo director dos estúdios Disney, Jeffrey Katzenberg e o empresário musical David Geffen. Os valores são astronómicos: cerca de 1370 milhões de euros, onde se incluem as dívidas da Dreamworks (mais de 420 milhões) e possíveis indemnizações a pagar à Universal e outras empresas (cerca de 200 milhões).

Steven Spielberg e David Geffen vão manter-se na Dreamworks, que fica obrigada a produzir 14 a 16 filmes para a Paramount - quatro a seis filmes serão da responsabilidade desta dupla. Katzenberg continua no comando dos estúdios de animação da Dreamworks, que ficam de fora do acordo - embora a distribuição dos filmes de animação esteja incluída no negócio para o período 2006-2013, bem como os direitos das personagens criadas pela Dreamworks Animation -, o qual se precipitou a 2 de Dezembro, quando Brad Grey, presidente da Paramount Pictures, telefonou a Geffen, escreve o New York Times.

O futuro da Dreamworks, a partir de agora, passa pela Paramount, mas a venda apenas deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2006. Apesar disso, a Paramount vai ter acesso aos oito filmes que a Dreamworks programou para o próximo ano (a Paramount vai co-financiar um nono filme).

Os direitos dos 60 filmes produzidos pela Dreamworks passam para a Paramount que, em comunicado, já disse que pretende vender o catálogo a investidores que não identificou (mantendo os direitos de distribuição), por um valor que situará entre os 726 milhões e os 855 milhões de euros - uma forma de reduzir os custos do novo investimento.

O sonho acabou

O catálogo da Dreamworks inclui sucessos como Gladiador, Beleza Americana e O Resgate do Soldado Ryan. Entre os seus êxitos mais recentes estão Wallace & Gromit: A Maldição do Coelhomem, uma co-produção com os estúdios ingleses Aardman, e Guerra dos Mundos, coincidentemente uma co-produção com a Paramount.

"Com o seu enorme talento [de Spielberg e Geffen], a Paramount vai poder melhorar consideravelmente o seu espaço no cinema, um objectivo estratégico decisivo para a restauração da sua imagem como líder deste tipo de lazer", disse Brad Grey. E que impacto terá na Dreamworks? No plano dos trabalhadores, David Geffen diz que, salvo algumas excepções, os cerca de 500 funcionários vão manter o seu posto ou ser colocados em funções idênticas na Paramount.

Noutro plano, o sonho dos três fundadores da Dreamworks de criarem um estúdio independente de filmes e televisão que rivalizasse com Hollywood terminou domingo. Nenhum dos seus projectos vingou. Queriam construir um estúdio digital em Los Angeles, aproveitando os hangares onde o multimilionário Howard Hughes (retratado por Leonardo DiCaprio em O Aviador, de Martin Scorsese) construiu os seus aviões, mas nunca passaram da ideia. Queriam fazer filmes, espectáculos para televisão, jogos de vídeo, música, etc., mas os custos de produção e algumas más decisões obrigaram-nos a vender a etiqueta musical e a unidade de jogos de vídeo. Onze anos depois, a Dreamworks suspende o passado.

fonte: PUBLICO

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