quarta-feira, julho 27, 2005

Manifesto Económico

Economistas desaconselham investimento em "grandiosos projectos"

Um grupo de 13 economistas portugueses publicam hoje no "Diário de Notícias" um manifesto que alerta para o perigo dos investimentos em "grandiosos projectos". Apesar de não se referir ao TGV nem ao novo aeroporto da Ota, o manifesto refere que "parece ter emergido uma corrente de pensamento que acredita que a superação da crise pode estar no investimento em obras públicas, sobretudo se envolvendo grandiosos projectos convenientemente apelidados de estruturantes".

O manifesto, chamado "O investimento público não faz milagres" é assinado, entre outros, por António Carrapatoso, António Nogueira Leite, José Silva Lopes, João Salgueiro, Fernando Ribeiro Mendes, Miguel Beleza, Henrique Medina Carreira, João Ferreira do Amaral, Augusto Mateus e Vítor Bento.Os economistas reconhecem que Portugal vive uma "profunda crise", com um "excesso de despesa, quer ao nível das finanças públicas, quer ao nível da sociedade em geral". Face a este cenário, os economistas consideram que Portugal deveria estar a "tomar medidas de contenção orçamental, de incentivo económico a favor dos sectores produtores de bens transaccionáveis, de promoção da eficiência económica e de uma moderação da despesa colectiva". Porém, "parece ter emergido uma corrente de pensamento que acredita que a superação da crise pode estar no investimento em obras públicas, sobretudo se envolvendo grandiosos projectos convenientemente apelidados de estruturantes", acusam os assinantes do manifesto.

"Porque a situação é séria e o País não pode, sem pesados custos, embarcar em mais experiências fantasistas, importa dizer, de forma muito clara, que essa ideia é errada e a sua eventual concretização poderá ser desastrosa para o País", afirmam. "Porque o momento é grave; porque continuar com tergiversações à volta do essencial (onde se inclui a reforma do próprio Estado), apenas ajudará o País a afundar-se numa senda de definhamento; e porque é altura de a própria sociedade civil se deixar dos brandos costumes do conformismo e dizer o que tem que ser dito; os signatários entendem dar este seu contributo à reflexão da sociedade e dos poderes políticos", concluem.

in o "PUBLICO"

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