sexta-feira, junho 17, 2005

Pais e alunos temem efeitos da contestação nos exames



Todos os cidadãos têm direito à greve, mas a que está prevista para hoje, dia de arranque dos exames do 12º ano e de um protesto nacional da função pública, pode revestir-se "da maior gravidade", diz Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais. E se tiver reflexos no normal andamento das provas, só pode ter uma leitura: "Uma enorme falta de respeito dos professores para com os alunos".

Hoje o problema coloca-se a nível nacional. "Os exames do 12º determinam o futuro de milhares de estudantes. Já temos problemas que cheguem devido ao facto de serem poucos os que chegam à universidade e ainda temos que levar com uma greve num momento crucial como este", indigna-se o dirigente.

Para Albino Almeida, a concretizar-se a greve de hoje (os pré-avisos foram entregues para os docentes poderem participar na manifestação em Lisboa), fica provado "que os professores estão mais preocupados com a carreira do que com os alunos, supostamente a razão de ser das escolas".

Maria José Frutuoso fala na dupla qualidade de professora e de mãe de uma aluna do 12º ano. "Tenho seguido a angústia que a minha filha está a sentir neste momento, porque tem medo que não haja exames. Se este período normalmente já é complicado, estudar com esta preocupação é tremendo para os alunos.

"Professora de Biologia na Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, Maria José já decidiu que não vai fazer greve. "Acho que os professores têm outras formas de fazer valer os seus direitos sem prejudicar os alunos. Podem fazer-se greves noutra altura do ano", sustenta.
____________________________________

Não sou daqueles que acha que os professores têm de ser um conjunto de virtudes, com uma folha imaculada, um exemplo para os seus alunos. Mas como pode um aluno olhar para um professor que, na época mais crítica para si, o seu "mestre" vira-lhe as costas e vai reclamar mais dinheiro para outro lado qualquer? Pondo em risco todo o trabalho do ano e, em caso de apanhar algum "mau" profissional (para não chamar-lhe outra coisa), sujeitar-se a sofrer represálias nas correcções dos exames? Que exemplo se passa para os mais novos?

A época de exames para muitos jovens é uma época dramática. Sobretudo quando em causa está a entrada numa faculdade. Felizmente nunca fui uma pessoa de ficar nervosas com exames ou testes. Mas isso sou eu. A maioria não é assim... e hoje a ansiedade atinge o seu pico. E como se já não bastasse a pressão do peso do próprio exame, ainda por cima vão para as escolas sem saber sequer se haverá... exame!!

Sem comentários: