quinta-feira, junho 23, 2005

"Alto risco" de ataque nuclear em dez anos



As hipóteses de um ataque com uma arma de destruição maciça (ADM) algures no mundo nos próximos dez anos são de 70 por cento, avisam especialistas em armamento num relatório feito para o Senado americano e citado ontem pela CNN.

A maior parte dos mais de 80 especialistas ouvidos pelos autores do relatório, tornado ontem público, acreditam que um ou dois novos países irão adquirir armamento nuclear nos próximos cinco anos, com entre dois e cinco países a juntarem-se ao clube nuclear durante a próxima década. Outra das conclusões do estudo indica que quatro em cinco pessoas acham que o seu país não está a fazer esforços suficientes para a não proliferação.

O relatório, realizado a pedido do presidente do comité de Relações Internacionais do Senado americano, Richard Lugar, adianta que o cenário mais provável será um ataque com uma bomba fabricada pelos próprios terroristas com material adquirido no mercado negro. "Os resultados salientam a necessidade de melhorar a segurança das armas nucleares tácticas e do material nuclear na Rússia, e alargar a nossa capacidade de detectar transferências de material ou armas de Estados párias a organizações terroristas", continua.

Ontem, as autoridades russas comunicaram que desde a queda da União Soviética houve duas tentativas de intrusão nas suas instalações nucleares, uma em 2002 e outra em 2003, ambas em Valinkin. Mas os principais riscos, de acordo com os analistas, têm vindo das antigas repúblicas soviéticas, que serão um dos fornecedores de material atómico no mercado ilícito. Em 1991, após o colapso da URSS, o republicano Lugar e o democrata San Nunn iniciaram um programa de combate à proliferação naqueles países. Na introdução do relatório apresentado ontem, Lugar escreve que o sucesso deste programa prova que a proliferação pode ser controlada por "relações internacionais excepcionais". E que criar "um sistema geral de responsabilização" pelas ADM poderá impedir os terroristas de as adquirir.

Washington e Moscovo poderão estar prestes a assinar um acordo para impedir que os materiais atómicos vão parar às mãos dos terroristas, noticiou a Associated Press. "Há luz no horizonte" e o acordo poderá ser assinado pelos respectivos presidentes, George W. Bush e Vladimir Putin, no encontro do G8, entre 6 e 8 de Julho, adiantou o senador Pete V. Domenici.
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Convém... até porque em caso de ataque nuclear dificilmente sobrará alguém para contar a história. Sem esquecer que os locais afectados pela explosão ficarão inabitáveis por centenas de anos...

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