(notícia DN-Madeira, 05/07/2012)
Segundo os dados publicados ontem pelo
organismo de estatística da União Europeia, o Eurostat, a Região Autónoma da Madeira liderou as taxas de desemprego jovem e de
longa duração em 2011 em Portugal.
Depois das alterações feitas pelo Instituto Nacional de Estatística à
forma de cálculo das taxas de desemprego no país, desde Maio do ano
passado referentes ao 1.º trimestre de 2011, os dados agora harmonizados
com as técnicas comunitárias, a primeira nota poderia ser para o
aumento quase a duplicar da taxa global de desemprego na Madeira, entre
2010 e 2011, de 7,4% para 13,8% respectivamente, quando a média nacional
situara-se nos 10,8% em 2010 para 12,7% em 2011. Ou seja, a Madeira
passou da segunda mais baixa uma taxa de desemprego do país (só atrás
dos Açores, com 6,9%) para a 3.ª taxa de desemprego mais alta, só
ultrapassada pelo Algarve (15,6%) e por Lisboa (14,1%).
O que releva é que a Madeira tem mais de 39% dos jovens sem trabalho e 58% de activos parados há mais de 1 ano. E, dado o agravar dos últimos dados do desemprego, com
tendência a piorar ao longo de 2012, não é de esperar melhorias, muito
pelo contrário, em qualquer destes indicadores.
É certo que este problema não é exclusivo nosso e, via geral, quase toda a Europa padece deste mal. Mas para uma ilha tão pequena como a nossa, com as naturais dificuldades da descontinuidade territorial, o isolamento e duplo custo de vida, é uma maleita terrível, tão ou mais grave que a má gestão de dinheiros públicos nos últimos anos.
A prioridade de investimento, de renovação e criação de emprego (ou, pelo menos, de formas de o criar), tem de ser uma realidade, sob pena de regredirmos aos anos 50-70, onde quem quisesse progredir na vida tinha de abandonar a ilha.
Sem comentários:
Enviar um comentário