quarta-feira, junho 14, 2006

Professores em greve

Hoje é dia de greve nacional dos professores (mais uma), a terceira desde que este Governo tomou posse. Convocada pela Fenprof, a jornada de protesto inclui mais duas acções durante a tarde: um plenário nacional, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, seguido de uma manifestação junto ao Ministério da Educação.

No centro da discórdia estão as propostas apresentadas pela tutela para a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), apresentadas pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues no final de Maio, e que a Fenprof considera inaceitáveis.

As mais polémicas são a avaliação dos professores pelos encarregados de educação, a entrada mais selectiva na profissão (através de um exame nacional), para além de um estágio acompanhado por um professor supervisor, e a imposição de quotas para progressão na carreira é outro dos pontos polémicos.

Obviamente caiu o "carmo e a trindade". Os professores, tais quais "prima donnas", sentem-se ofendidos, prejudicados, perseguidos e ameaçados. Embora concorde com algumas das suas reivindicações, também quero crer que existem medidas muito importantes nesta revisão.

O que os professores têm de entender (tal como noutras profissões), é que eles próprios têm de se fazer respeitar. Existem óptimos, excelentes professores, alguns que tive o prazer de serem tutores na minha aprendizagem. Mas existem outros, que não o são. Que são péssimos, seja na vertente técnica, seja na vertente humana. E são esses que têm de ser erradicados do ensino.

Eu sei que o exercício do professorado é complicadíssimo. Uma tarefa ingrata e muitas vezes pouco correspondida. E por esse mesmo motivo, há que criar bases de sustento desta digna profissão. Concordo em absoluto com a existência de exames técnicos e psicológicos de acesso a esta profissão. Discordo em absoluto com a avaliação dos professores pelos alunos ou pelos seus pais. Mas sobretudo concordo com uma forma de credibilização da profissão. Da restauração de valores e créditos.

Em jeito de comentário "jocoso", creio que a "coincidência" do dia da greve se encontrar entre dois feriados, é extremamente infeliz.

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